A Rússia deve parar com a sua "chantagem nuclear" e retirar-se da central de Zaporijia, defendeu o Presidente ucraniano numa reunião do Conselho de Segurança da ONU na qual participou por videoconferência.
Hoje o nosso país está a comemorar o Dia da Independência e agora todos podem ver o quanto o mundo depende da nossa independência
Perante uma plateia composta por representantes diplomáticos e altos funcionários da ONU, que incluía o próprio secretário-geral da organização, António Guterres, Zelensky propôs realizar em Kiev em 2023 uma Cimeira do Futuro, sob os auspícios da ONU.
"O secretário-geral da ONU, António Guterres, ambiciona organizar a Cimeira do Futuro no próximo ano. Apoiamos esta iniciativa e reafirmamos: para construir o nosso futuro comum, é preciso deixar no caixote do lixo da história aquilo que não permitiu à humanidade viver em condições de paz, ou seja, agressão, ambições coloniais", disse.
E prosseguiu: "Seria simbólico realizar esta cimeira na Ucrânia, um país onde está a decidir-se se haverá algum futuro. Esta questão também está a ser decidida na central nuclear de Zaporijia, nos nossos portos, no Donbass, na Crimeia".
No seu discurso, Zelensky declarou que "a Rússia colocou o mundo inteiro à beira de um desastre de radiação" e que é um "facto que a central nuclear de Zaporijia foi transformada numa zona de guerra".
O chefe de Estado ucraniano afirmou ainda que o bloqueio dos portos da Ucrânia desestabilizou os mercados, o que colocou o mundo numa situação de ter de "lutar para salvar dezenas de milhões [de pessoas] da fome provocada pela agressão insana de um país".
Logo após o início da reunião, a Rússia opôs-se à participação de Zelensky através de videoconferência, afirmando que esse formato contradiz os requisitos do protocolo do órgão.
A reunião foi anunciada com uma semana de antecedência e o Presidente da Ucrânia teve todas as oportunidades de vir a Nova Iorque. Constantemente observamos Zelensky encontrando-se com delegações estrangeiras, circulando pelo país e até posando para revistas de moda
A questão foi então submetida a uma votação processual, sendo que 13 dos 15 membros do Conselho de Segurança votaram a favor da participação de Zelensky.
A Rússia votou contra, enquanto a China se absteve.