Um ex-comandante do grupo mercenário russo desculpou-se por ter lutado na guerra na Ucrânia publicamente. Andrei Medvedev pediu, esta quinta-feira, numa entrevista à Reuters, que os autores do conflito sejam punidos.
“Muitos me consideram um criminoso, um assassino. Antes demais, queria desculpar-me novamente e repetidamente”, afirmou.
Na Noruega, o ex-líder do grupo Wagner disse que testemunhou os maus tratos a prisioneiros russos que eram obrigados a lutar na Ucrânia. Uma reportagem da Reuters, publicada na semana passada, mostrava isso mesmo: um cemitério no sul da Rússia com homens que eram reclusos russos recrutados pelo grupo mercenário.
Andrei Medvedev juntou-se ao Wagner em julho de 2022. Durante o período em que fez parte do grupo, viu pessoas que se recusaram a lutar a serem baleadas à frente de prisioneiros recém-recrutados.
“O mais assustador? Perceber que há pessoas que se consideram nossos compatriotas, e que viriam matar-nos num instante ou sob as ordens de alguém. Os nossos. Isso deve ter sido o mais assustador”, contou na entrevista.
O antigo comandante alega que decidiu manifestar-se publicamente com o objetivo de ajudar a quem os autores sejam punidos.
“Eu tentarei dar a minha contribuição, por mais pequena que seja...para anular isto”, indicou.
O fundador do grupo Wagner, Yevgeny Prigozhin, um aliado de Vladimir Putin, tinha dito que Medvedev tinha trabalhado numa unidade do grupo na Noruega e que tinha mal tratado prisioneiros.
“Tenham cuidado, ele é muito perigoso”, disse Yevgeny Prigozhin.