Guerra Rússia-Ucrânia

"A favor da guerra é quem fica contente ao enviar dois mil milhões" para a Ucrânia, acusa PCP

O secretário-geral do PCP reagiu à notícia do Expresso que revelava que os eurodeputados comunistas eram os que mais vezes votavam contra sanções para o Kremlin e afirmou estar “ofendido”, tendo em conta que o partido comunista não faz parte dos intervenientes que incentiva a continuação do conflito armado.

Paulo Raimundo
Paulo Raimundo
ANTÓNIO PEDRO SANTOS/LUSA

O Secretário-Geral do PCP, Paulo Raimundo, considerou ofensiva a notícia revelada esta segunda feira pelo Expresso que diz que o PCP está entre os partidos mais Putinistas no Parlamento Europeu.

“Essa notícia que citou até me deixa muito ofendido, se há coisa que não nos podem acusar é de ser a favor da guerra, pelo contrário. A favor da guerra é quem decide e fica todo contente por mandar dois mil milhões de euros em munições para a guerra, esses é que são a favor da guerra”, esclareceu.

O secretário-geral do Partido Comunista Português demonstrou-se desagradado após a notícia do Expresso que revelava que entre 2019 e 2023, o PCP está entre os que mais vezes votou contra ou se absteve em 22 decisões contra a Rússia.

Raimundo esclarece que o PCP não é a favor da guerra, ao contrário da União Europeia que decidiu mobilizar dois mil milhões de euros para apoiar as tropas ucranianas com armamento.

Tendo isto em conta, Paulo Raimundo enumera os intervenientes e os culpados na perpetuação do conflito armado e exclui o PCP dessa equação.

“Nós estaremos sempre em todas as resoluções que visem esclarecer a verdade, e a verdade não é que o Kremlin é mau ou é bom, a verdade é que há quatro intervenientes da guerra, a Rússia os Estados Unidos, a NATO e a União Europeia, porque se não se perceber quem intervém na guerra, dificilmente se encontrará os caminhos da paz”, explicou o líder comunista.

De acordo com o Novaya Gazeta, citado pelo Expresso, há um "grupo de eurodeputados 'úteis' para o Kremlin", entre os quais "dois eurodeputados do (…) do Partido Comunista Português que votam quase sempre contra as resoluções anti-russas".