Guerra Rússia-Ucrânia

Nastya e Tanya fugiram à guerra e vieram para Portugal jogar râguebi

Na Ucrânia deixou de ser possível jogar râguebi, mas Nastya e Tanya não desistiram e encontraram em Portugal um refúgio onde o sonho se concretizou.

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Com a guerra, muitos dos desportos profissionais da Ucrânia ficaram em suspenso e muitas das competições estão paradas. No caso do râguebi feminino, as equipas ficaram sem muitas jogadoras que optaram por sair do país. É o caso de Nastya e de Tanya, que estão em Portugal e que a SIC foi conhecer.

Ambas com 29 anos, perceberam que o sonho de jogar râguebi não poderia ser concretizado na Ucrânia, pelo menos não enquanto a guerra durar.

“No primeiro dia não acreditei que a guerra tivesse começado. (...) Foi difícil porque no ano passado o râguebi na Ucrânia podia ter subido de nível. E eu treinei muito, estava muito motivada. E isso desapareceu tudo”, contou Nastya.

“Quando começou a guerra, na Ucrânia nós não treinávamos, não jogávamos. (...) Escolhi este país porque aqui o râguebi está desenvolvido”, revelou Tanya.

Em Portugal, encontraram um refúgio e um novo propósito: o de treinar crianças ucranianas que fugiram da guerra.

“Percebes que esta situação não é fácil para as crianças. Nem sempre se sentem confortáveis nas escolas portuguesas. Eu falei com uma das mães que me contou como a criança vem para casa a chorar, não quer ir mais para a escola. Isso, claro, é impossível não nos tocar. É muito triste”, lamentou Tanya.

Com o foco dividido entre as crianças e os próprios treinos, vivem melhor a distância da família. Dentro das quatro linhas, misturam-se com as restantes jogadoras. Fora, vivem da bondade dos mais próximos. Estão cá há mais de cinco meses, mas ainda não receberam uma única mensalidade do Rendimento Social de Inserção.

Ainda que Nastya e Tanya não façam planos para o futuro, sabem que o sonho de jogar râguebi passa agora por Portugal.