Yaroslav Shaposhnikov tem 43 anos e é mais um autarca russo que quer fazer parte da chamada “operação militar especial” na Ucrânia, informa o Moscow Times.
A cidade mineira na República ártica de Komi vai ficar sem o autarca, depois de este ter anunciado que se alistou no exército para lutar pela Rússia na Ucrânia.
"Chegou o momento de apoiar diretamente os nossos rapazes e de participar pessoalmente na operação militar especial", disse Yaroslav Shaposhnikov, citado pela agência de notícias RIA Novosti.
O autarca de Vorkuta, cidade com cerca de 85.000 habitantes, acrescenta que nesta missão será acompanhado por cinco colegas, todos oficiais locais de Vorkuta.
“Esta foi uma decisão consciente. O chefe da [República de] Komi apoiou a minha escolha. A vitória será nossa”, disse o autarca russo, esta terça-feira.
Se esta vontade de Shaposhnikov se cumprir, deverá juntar-se às forças russas em maio e o seu serviço militar durará um ano, disse o secretário de imprensa a um jornal russo.
O autarca renuncia assim ao cargo e será substituído por um dos seus deputados até nova eleição.
Entrevista polémica de Yaroslav
Em outubro do ano passado, Yaroslav Shaposhnikov ganhou notoriedade quando disse, numa entrevista, que "cerca de 10%" dos voluntários russos optam por ir para a guerra porque as suas esposas, que “estão acostumadas a uma boa vida”, os “vigiam” em casa.
"Caras mulheres, cuidem dos vossos maridos. Os vossos queridos maridos vão para a frente porque não sentem a retaguarda e não sentem a retaguarda quando estão a ser observados por trás. Isso motiva-os a seguirem em frente", disse.
Shaposhnikov não é o primeiro autarca russo a anunciar a sua intenção de seguir para o campo de batalha.
Autarca de Chita, Alexandr Zapozhnikov
O presidente da cidade siberiana de Chita, Alexandr Zapozhnikov, decidiu seguir para a frente de batalha para defender os interesses da Rússia em novembro do ano passado.
O presidente da Duma, Viacheslav Volodin, assegurou que os deputados não estavam isentos de serem mobilizados e encorajou-os a cumprir o seu dever.
Até ao momento, vários deputados russos pediram para combaterem na Ucrânia, incluindo o chefe do Comité de Saúde da Duma, Dmitri Jubezov, que recebeu a Ordem da Coragem em fevereiro de 2022.