A Finlândia junta-se oficialmente à NATO esta terça-feira. Para Germano Almeida, comentador SIC, esta é “uma das mudanças mais significativas desde o início do crime russo na Ucrânia”, uma vez que é “a prova de que Putin falhou completamente”.
“De repente a sociedade finlandesa passou de recusar a ideia de entrar para NATO, por uma questão de gestão da relação com a Rússia, para, rapidamente, querer entrar para a NATO por sentir a identificação dessa ameaça russa. Esta é a prova de que Putin falhou completamente na invasão da Ucrânia. Queria travar a expansão da NATO a leste, acabou por criar a expansão da NATO a norte de um dia para o outro”, explica o comentador, sublinhando que a partir de agora “a Rússia passa a ter o dobro de fronteira terrestre com a NATO”.
Ao entrar para a NATO, a Finlândia fica ao abrigo do artigo 5.º do Tratado do Atlântico Norte, que afirma que um ataque a um estado membro é um ataque a todos os países. No entanto, Germano Almeida considera que a entrada solitária da Finlândia tem um “sabor agridoce”.
“Há um sabor agridoce, porque era muito importante terem entrado os dois países juntos, Finlândia e Suécia. Mas o problema sueco na relação com a Turquia com a gestão dos curdos vai ter de ser resolvida”, afirma.
Sobre os ataques a Odessa, que marcaram a manhã desta terça-feira, Germano Almeida considera que pode ser uma forma da Rússia sinalizar uma mudança no conflito: “A Rússia quer com isto sinalizar que podemos estar aqui com uma fase parecida com início da guerra, não só no leste.”
Sublinha também que, do lado da Ucrânia, o Presidente Volodymyr Zelensky tem “mantido a chama vida para mostrar que os crimes [de guerra] russos foram praticados e não podem ser ignorados”. O objetivo será manter a ligação ao Ocidente, continuando a receber ajuda dos países aliados para a “próxima fase” do conflito.
“Na próxima fase, a Ucrânia vai tentar uma contraofensiva, tem condições como nunca teve desde o início da guerra. Se continuar a ser claro que a Rússia praticou esses crimes, será um problema reputacional. E não deixa de ser contraditório que a Rússia seja presidente do Conselho de Segurança da ONU”, remata o comentador.