O Presidente francês, Emmanuel Macron, e a presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen, estão esta quinta-feira na China para uma visita oficial ao país. Ambos os líderes europeus têm marcado um encontro particular com o Presidente chinês, Xi Jinping. Para Germano Almeida, esta viagem tem muita importância na posição da Europa face à China.
“A Europa, ao contrário dos EUA, quer manter uma relação – não diria próxima – mas positiva com a China e não quer ter a via americana, de uma total oposição”, explica o comentador SIC.
Esta posição “enquadra-se na ideia de Macron” de considerar que a “China terá sempre um papel importante numa possível paz entre a Rússia e a Ucrânia”. No entanto, para que isso aconteça, é preciso que o Presidente Xi Jinping seja “mais claro” na sua posição em relação ao conflito.
“Querem também dizer ao Presidente Xi que, para que isso seja possível, para que o plano chinês seja relevante, o Presidente Xi tem de ser mais claro e responsabilizar Putin pelo crime russo na Ucrânia – coisa que, sabemos, quando Xi foi a Moscovo não fez – e, por outro lado, exigir a retirada das tropas.”
Germano Almeida destaca ainda a narrativa que começa a ser adotada pela China de que os países do Ocidente não deviam estar a enviar armas para a Ucrânia ou a prestar ajuda a Kiev. O comentador SIC considera essa posição “perigosa”.
“A China começa a ter uma certa narrativa que, até agora, só o Kremlin se atreveu a ter, porque é errada simplesmente. É preciso dizer algo que não me canso de dizer, ao fim de 406 dias de guerra: a diferença é que Estados Unidos e Ocidente devem dar armas à Ucrânia porque [o país] está a ser o agredido e deve ter o legitimo direito de autodefesa e a China ou outro país não podem dar armas à Rússia porque ao fazê-lo estaria a juntar-se à agressão.”
Na prática, Pequim já estará a contribuir com elementos necessários ao fabrico de mísseis cruzeiros russos e drones iranianos, no entanto, até agora, “não assume esse fornecimento de armas ao contrário dos Estados Unidos que assumem a posição em relação à Ucrânia”.
Germano Almeida fala ainda da visita do Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, à Varsóvia, esta quarta-feira, onde foi agraciado com a Ordem da Água Branca.
“É uma visita muito importante: reforça que os países da NATO e da União Europeia – não todos por causa da Hungria e da Turquia – são muito claros na ajuda à Ucrânia. Mas há países que têm essa identificação mais clara, que são os países da fronteira com a Ucrânia e sobretudo a Polónia que, não nos podemos esquecer, recebeu 80% dos refugiados ucranianos”, explica.