Lula da Silva viaja para a China, onde ser irá encontrar com o Presidente chinês, Xi Jinping. O encontro surge depois do Chefe de Estado do Brasil ter sugerido a Volodymyr Zelensky que cedesse a península da Crimeia à Rússia para terminar o conflito. Germano Almeida lembra que tanto Xi Jinping como Lula da Silva têm defendido uma estratégia de paz sem um “excessivo peso de condenação” a Moscovo.
“Há, parece, um certo alinhamento entre Brasil e Pequim na tentativa de fazer uma iniciativa de paz que, assumindo o problema da Ucrânia, não tenha um excessivo peso de condenação à Rússia. Isso sim é preocupante”, afirma o comentador SIC.
Germano Almeida destaca o “enorme respeito” que tem pelos dois primeiros mandados do Presidente Lula da Silva no Brasil, destacando que este colocou “milhões de brasileiros fora da pobreza”. No entanto, acrescenta que tem ouvido “como grande tristeza as declarações” do Chefe de Estado brasileiro sobre o conflito.
“É uma ideia de uma espécie de equivalência, que sabemos que é falsa, porque, claramente, a Rússia é o agressor e a Ucrânia é o agredido”, afirma.
O comentador acredita que esta viagem de Lula da Silva a Pequim tenha como objetivo promover uma iniciativa de paz por parte do Brasil, que vão ao encontro dos 12 pontos apresentados pela China.
Germano Almeida destaca ainda a importância económica que a China tem para a recuperação do Brasil, depois de quatro anos de Governo liderado por Bolsonaro.
“Desta vez, na China há uma agenda muito forte do ponto de vista económico. A China é, de longe, o maior parceiro comercial do Brasil e o Brasil precisa da China para retomar a prosperidade e crescimento económico, numa fase em que o Brasil ainda está com grandes problemas nesse aspeto.”
Conflito em Bakhmut e a contraofensiva ucraniana
A cidade de Bakhmut tem sido uma das mais intensas disputas desde o início da Guerra na Ucrânia. Germano Almeida considera mais importante analisar a investida ucraniana, que deverá acontecer nos próximos tempos, que o domínio da cidade.
“O ponto mais forte e mais relevante da guerra nas próximas semanas não vai ser Bakhmut. Vai ser qual a perspetiva e a capacidade que a Ucrânia terá para começar a contraofensiva, já com o novo patamar de armamento que recebeu do ocidente nas últimas semanas e meses e onde”, afirma o comentador.
Apesar da linha da frente no leste da Ucrânia não estar ainda determinada, Germano Almeida acredita que esta contraofensiva deverá acontecer no sul do país, perto da região de Zaporíjia e Mariupol.