Guerra Rússia-Ucrânia

Preocupação com central nuclear de Zaporíjia aumenta após explosões de minas

O diretor da Agência Internacional de Energia Atómica reafirmou a preocupação com a segurança da central nuclear ucraniana de Zaporijia, depois da recente explosão de duas minas perto do local. Diz que o tempo está a esgotar-se e fala em consequências graves para a saúde humana e para o ambiente.

Preocupação com central nuclear de Zaporíjia aumenta após explosões de minas
ALEXANDER ERMOCHENKO

O líder da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA), Rafael Grossi, reiterou a preocupação com a segurança da central nuclear de Zaporijia.

Depois da recente explosão de duas minas, Grossi diz que o tempo está a esgotar-se no que toca à segurança da maior central atómica da Europa. Fala em consequências graves para a saúde humana e para o ambiente e, por isso, apela a medidas urgentes para proteger as instalações.

"Se não agirmos para proteger a central, a nossa sorte vai mudar mais cedo ou mais tarde, com consequências potencialmente graves para a saúde humana e o ambiente", advertiu Grossi num comunicado divulgado em Viena, sede da AIEA, reiterando os receios já manifestados em diversas ocasiões pela organização.

A central de Zaporíjia está sob controlo das forças russas desde o início da guerra, em março do ano passado, e tem sido palco de constantes ofensivas militares.

As duas explosões de minas terrestres ocorreram nas imediações das instalações, a primeira no dia 8 de abril e outra quatro dias mais tarde, segundo o comunicado.

Ainda não se sabe o que deu origem às explosões, sublinhou Grossi, que se reuniu com altos responsáveis russos na semana passada, na Rússia, depois de ter estado na central, pela segunda vez desde o início da guerra.

O diretor da AIEA advertiu também que as instalações, onde estão seis reatores nucleares, continuam a depender de uma única linha elétrica em funcionamento, o que constitui "um risco importante para a segurança nuclear".

Uma outra linha elétrica de emergência foi danificada no dia 01 de março e continua por reparar, segundo a agência da ONU.

A AIEA assinalou que a situação do pessoal na central continua "complexa e difícil", com escassez de funcionários.