Guerra Rússia-Ucrânia

"Contraofensiva ucraniana não vai ter uma data específica, muito menos um pré-anúncio, mas está para breve"

A análise do comentador da SIC, Germano Almeida, à primeira visita do secretário-geral da NATO a Kiev e a iminente contraofensiva ucraniana.

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O secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, está a realizar hoje a sua primeira visita a Kiev desde a invasão da Rússia, numa demonstração de apoio à Ucrânia que se prepara para lançar uma contraofensiva. Stoltenberg vai reunir-se com Zelensky.

“É muito significativa”, a visita de Stoltenberg que “tem sido um grande aliado da Ucrânia”.

O Ocidente prevê fornecer material militar a Kiev, nomeadamente tanques para ajudar à realização de uma contraofensiva nos próximos meses destinada a reconquistar os territórios ucranianos ocupados pelas forças russas no leste e no sul do país.

Forças russas dizem ter cercado Bakhmut

O Ministério da Defesa da Rússia afirmou quarta-feira que as forças aerotransportadas russas bloquearam a cidade de Bakhmut, no leste da Ucrânia, nas direções norte e sul.

“Bakhmut ainda não é uma questão fechada, mas tudo indica que é uma questão de tempo, os russo acabarão por tomá-la”.

Contraofensiva ucraniana

Kiev tem recebido armamento dos países ocidentais, Zelensky insiste diariamente que a Ucrânia continua a precisar de mais sistemas anti-aéreos.

A Presidência dos Estados Unidos anunciou na quarta-feira para breve o envio de um novo carregamento de ajuda militar para a Ucrânia, sem fornecer pormenores sobre o valor desse apoio.

O novo carregamento de ajuda consistirá sobretudo em munições para os sistemas de artilharia pesada utilizados pelo exército ucraniano, declarou a porta-voz da Casa Branca Karine Jean-Pierre numa conferência de imprensa de rotina.

Este anúncio coincide com a receção pela Ucrânia dos seus primeiros sistemas norte-americanos de defesa antiaérea Patriot e de veículos de combate ligeiros franceses AMX-10.

"A contraofensiva ucraniana não vai ter uma data específica, muito menos um pré-anúncio, mas tudo indica que está para a acontecer muito em breve".

Quase 14 meses de guerra

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou até agora a fuga de mais de 14,6 milhões de pessoas -- 6,5 milhões de deslocados internos e mais de 8,1 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Neste momento, pelo menos 18 milhões de ucranianos precisam de ajuda humanitária e 9,3 milhões necessitam de ajuda alimentar e alojamento.

A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.

A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 8.534 civis mortos e 14.370 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.