O Presidente chinês Xi Jinping garantiu esta quarta-feira ao homólogo ucraniano, Volodymyr Zelensky, que a China sempre esteve do lado da paz, divulgou a televisão estatal CCTV.
A afirmação foi feita durante uma chamada telefónica, esta quarta-feira, entre os dois Presidentes. Xi Jinping afirma também que o diálogo e a negociação são a única saída para o conflito com a Rússia.
"Sobre o tema da crise ucraniana, a China sempre esteve do lado da paz e a sua posição fundamental é promover um diálogo de paz", afirmou Xi Jinping ao chefe de Estado ucraniano, Volodymyr Zelensky, segundo o canal de televisão chinês.
"O diálogo e a negociação" são a "única saída" do conflito com a Rússia, sublinhou ainda o líder chinês.
Zelensky reagiu no Twitter e diz que a conversa foi longa e significativa. Disse ainda que espera um impulso no desenvolvimento das relações bilaterais entre Kiev e Pequim.
“Tive uma longa e significativa conversa telefónica com o Presidente Xi Jinping. Acredito que esta conversa, assim como a nomeação do embaixador da Ucrânia na China, irá providenciar um ímpeto poderoso para o desenvolvimentos das nossas relações bilaterais”, escreveu Zelensky.
Esta é a primeira conversa conhecida entre os dois líderes desde o início da guerra na Ucrânia em 24 de fevereiro de 2022. O último contacto teria sido em julho de 2021.
Após a conversa telefónica entre os dois chefes de Estado, o Governo chinês garantiu que vai enviar um representante à Ucrânia com o objetivo de alcançar uma solução política para o conflito.
"A parte chinesa enviará um representante especial do Governo chinês, encarregado da Eurásia, para a Ucrânia e outros países para realizar intercâmbios aprofundados com todas as partes com o objetivo de alcançar uma solução política para a crise ucraniana", disse o ministro dos Negócios Estrangeiros chinês numa conferência de imprensa.
A China divulgou um documento de 12 pontos em fevereiro descrevendo a sua posição sobre o conflito na Ucrânia. A iniciativa, às vezes vista como um plano de paz, insta principalmente Moscovo e Kiev a manterem conversações.
O texto também se opõe a qualquer recurso a armas nucleares e apela ao respeito pela integridade territorial de todos os países -- incluindo a da Ucrânia, parte de cujo território está sob controlo russo.
Pequim não reconheceu em setembro a integração dos quatro territórios do Donbass ucraniano na Federação Russa e também não o fez em 2014, quando a Rússia anexou a Crimeia.
Entretanto, a China, que não condenou publicamente a guerra na Ucrânia, aumentou muito a sua cooperação política e económica com a Rússia nos últimos meses.
Turbulentas durante a Guerra Fria, as relações Pequim-Moscovo foram significativamente fortalecidas nas últimas décadas para formar uma frente comum contra a influência dos Estados Unidos.