Guerra Rússia-Ucrânia

O rasto de destruição russo: “O que posso dizer? Não tenho onde viver!”

A Ucrânia viveu uma das madrugadas mais violentas das últimas semanas. Nos bombardeamentos russos morreram mais de 20 pessoas, incluindo crianças.

Ataque à cidade ucraniana Uman
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Após quatros horas do ataque russo, um incêndio ainda lavrava num bloco de apartamentos em Uman, a cerca de 200 kms a sul de Kiev.

O míssil russo destruiu uma parte de torre de apartamentos de 9 andares. Eram 4 e meia da manhã. Os bombeiros tentavam encontrar sobreviventes nos escombros.

Mais de 20 pessoas morreram, entre elas quatro crianças e muitas outras ficaram sem casa.

“O que posso dizer? Não tenho onde viver!”, disse Serhii Lubivskyi, residente em Uman

Serhii ficou barricado no 7º andar, depois da explosão empenar a porta de casa, durante três horas refugiou-se na varanda na esperança de não ser apanhado pelo fogo, mas outros não tiveram a mesma sorte.

“Já não tenho vizinhos. Não há ninguém. Uma senhora idosa, a filha dela e dois netos viviam no nono andar, já não”, confessou o residente.

Zona de Kiev não era atingida há mais de 50 dias

Há semanas que não se assistia a esta violência de ataques, que esta sexta-feira atingiram também os arredores da capital. As defesas aéreas de Kiev dizem ter intercetado 11 mísseis de cruzeiro, mas não conseguiram evitar o impacto em dois apartamentos em Ukrainka. Uma criança teve de ser hospitalizada.

Míssil matou mãe e filha bebé em Dnipro

O balanço foi mais trágico numa casa em Dnipro, no sudeste da Ucrânia, um míssil provocou a morte de uma mãe de 31 anos e do bebé de 2 anos. Na mesma cidade, um outro ataque atingiu um armazém e provocou um violento incêndio.

Zelensky reiterou que a Rússia é estado terrorista

Na presença dos presidentes da Eslováquia e da República Checa, Volodymir Zelesnky voltou a classificar a Rússia como um estado terrorista e pediu um minuto de silêncio em honra das vítimas.

Pelo segundo dia consecutivo, o governador russo de Donetsk denunciou ataques ao território da província ocupada por Moscovo. Esta sexta-feira, foram divulgadas imagens de um autocarro completamente destruído. Segundo as autoridades militares, sete pessoas terão morrido, incluindo uma criança.

No próprio canal de telegram, o vice-primeiro-ministro russo publicou um vídeo onde diz estar na cidade Bakhmut. Marat Khusnullin anunciou para breve uma vitória russa na cidade, que prometeu reconstruir no futuro.