Guerra Rússia-Ucrânia

Reitor da Universidade de Coimbra despede professor russo pró-Putin

Acusações de ativistas ucranianos levaram o reitor da Universidade de Coimbra a despedir o professor responsável pelo Centro de Estudos Russos, Vladimir Pliassov.

Universidade de Coimbra
Universidade de Coimbra
LeoPatrizi
Olga Filipova, denunciante
Loading...

O reitor da Universidade de Coimbra (UC), Amílcar Falcão, informa esta quarta-feira, em comunicado, que decidiu afastar o professor responsável pelo Centro de Estudos Russos, Vladimir Pliassov. Em causa estão factos que levaram a queixas dos ativistas ucranianos.

Na origem das acusações está um artigo de opinião publicado no jornal de Proença, dado a conhecer no Guerra Fria por José Milhazes e, mais tarde publicado no jornal online Observador, assinado por dois ativistas ucranianos com ligações à Universidade de Coimbra. O professor em causa, Vladimir Pliassov é acusado de fazer propaganda pró-Putin e a favor da invasão à Ucrânia.

Após a invasão da Ucrânia começaram as denúncias de que o trabalho do Centro de Estudos russos iria muito para além do ensino da língua. Olga Filipova, uma das autoras da denúncia, reforça que “não é só meramente uma iniciativa de educação e mostrar a língua ou cultura”. "Mostramos factualmente porque é que isto é um veículo de propaganda russa pró-guerra”, acrescentou.

“Os artigos escritos por ele [professor demitido] indicam que a Ucrânia como algo sem soberania, língua ucraniana como se fosse um dialeto russo”, concluiu a ativista ucraniana.

A UC adianta, no comunicado enviado às redações, que “ao verificar que as atividades letivas do referido Centro de Estudos Russos estariam a extravasar esse âmbito, a Reitoria determinou a cessação imediata do vínculo com o Professor Vladimir Pliassov”.

“A gravidade da situação obriga-me a fazê-lo [despedimento]. (...) Assim que tomei conta do que se estava a passar dei indicações para a rescisão (…) e, portanto, o contrato nesta hora deve estar rescindido”, confirmou o reitor Amílcar Falcão, citado pelo Expresso.

A UC reitera que "condenou e condena inequivocamente a invasão da Ucrânia pela Rússia”.

Além disso, revela que até dezembro de 2021, a Fundação Russkyi Mir “apoiava o ensino de língua e cultura russas no Centro de Estudos Russos da Faculdade de Letras” e que, apesar do corte no vínculo contratual, “em respeito pelo povo e pela cultura da Rússia, o Centro (…) foi mantido em funcionamento, com recursos próprios da UC”.