O Presidente russo, Vladimir Putin, voltou esta terça-feira a classificar a invasão da Ucrânia como uma operação militar necessária para proteger a Rússia e o povo russo. Moscovo envia a Pequim o mais altor representante do regime de Putin para fortalecer as relações entre os dois países. Do lado da Ucrânia, o fornecimento de caças F-16 ficou garantido na reunião do G7, mas Germano Almeida indica que as forças ucranianas “só poderão usar os caças de última geração, lá para o fim do ano”.
A questão do fornecimento de caças F-16 à Ucrânia deixou de ser uma questão pois o G7 já deixou essa garantia. Contudo, o comentador da SIC lembra que essa é apenas a tomada de decisão e um primeiro passo, sendo agora também necessária a formação de pilotos para operarem estes aviões.
“Dinamarca vai começar a formação em junho, só lá para o fim do ano vai ter os pilotos disponíveis. Polónia e Malta vão também avançar, assim como outros países, mas vai demorar. Quando estamos a dizer que a Ucrânia vai ter caças de última geração, estamos a dizer que só os pode usar lá para o fim do ano”.
Quanto à relação Rússia-China, Germano Almeida considera que Moscovo está a fazer tudo para a fortalecer. “É a primeira vez que um alto representante russo vai a Pequim desde o início da guerra” e a "China fala em cooperação pragmática".
O pragmatismo é importante dado que a China está a ajudar a Rússia, “do ponto de vista económico, com as contra-sanções, mas ”a ideia-forte na relação China-Rússia é que a China sempre que pode mostra que não é uma relação de iguais, a China é 12 vezes mais forte do que a Rússia a nível económico e é muito mais forte do ponto de vista geoestratégico e geopolítico".
O comentador da SIC destaca também a frágil situação económica da Rússia, sublinhada também esta terça-feira por Putin que admite “tempos difíceis”.
“A Gazprom perdeu 41% das suas receitas no ano de guerra na Ucrânia, deixou de conseguir vender a quem mais pagava e isso reflete-se também nas contas russas”, realça Germano Almeida.