Guerra Rússia-Ucrânia

Análise

Contraofensiva ucraniana "vai avançar em breve, há quem diga que já começou"

A análise do comentador da SIC Germano Almeida à atualidade internacional, com destaque para os últimos desenvolvimentos na guerra da Ucrânia.

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Kiev voltou a ser atacada durante a noite, pelo menos uma pessoa morreu e sete ficaram feridas. Durante a noite, foram direcionados mais de 20 drones à capital ucraniana. Por outro lado, a Rússia também acusa Kiev de ter lançado esta terça-feira um ataque com drones contra a zona de Moscovo numa operação que classificou como ação "terrorista". Germano Almeida considera que este ataque “vai muito no padrão de ações pontuais no território russo, aqui Moscovo já é um patamar acima do que se tem passado mais perto da fronteira em Belgorod, sejam ações da própria Ucrânia, sejam ações de russos anti-Kremlin”.

O comentador da SIC destaca também que a contraofensiva ucraniana está iminente.

“O Presidente Zelensky diz que já foram tomadas decisões, há movimentações de tropas, vai avançar em breve, há quem diga até que já começou”, explica, acrescentando que “foram definidas tarefas específicas para os comandantes das unidades” e há registo de ataques a plataformas muito importantes, sobretudo a Sul.

O pessimismo do chefe da diplomacia europeia

“Achei muito importante o que disse há horas o chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, por um lado deu uma boa notícia, o fornecimento de caças F-16 à Ucrânia por parte da União Europeia está garantido, mas ele diz que não está otimista em relação aos próximos meses e até ao final do verão, diz que vê uma concentração de tropas dos dois lados, vê uma intenção clara da Rússia para vencer a guerra e de não entrar em negociações, apesar de estar de algum modo acossada por causa da contraofensiva ucraniana”, alerta Germano Almeida.

Acordo de cereais de novo em risco?

O comentador da SIC diz que o acordo de cereais está diretamente relacionado com a guerra na Ucrânia e que “a Rússia sempre que lança esse fantasma é porque está a tentar de algum modo fazer chantagem com coisas que lhe acontecem de forma positiva no terreno. Isso está a voltar a acontecer, de todo o modo, certo, certo é que a Rússia não tem condições de sair totalmente desse acordo”.

Germano Almeida sublinha as declarações de Lavrov que disse que o melhor é manter-se no acordo que Guterres está a promover, apesar de também se observar alguma contestação por parte da Rússia

Acordo sobre teto da dívida dos EUA


Após várias semanas de negociações tensas, o Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e os republicanos da Câmara chegaram a um acordo de princípio para abordar o limite da dívida e os gastos.

Num sistema que está cada vez mais disfuncional, acaba por funcionar no limite e em crises, voltou a acontecer (…) É uma grande vitória para o Presidente Biden porque evitou o pior", realça Germano Almeida.

O comentador da SIC espera que até quarta-feira a aprovação concreta deste acordo que “evita à maior economia do mundo entrar em default, entrar em incumprimento, uma situação que não tinha só a ver com os Estados Unidos, tinha a ver com todos nós”, sublinha, referindo que “a seguir à guerra na Ucrânia esta seria a pior notícia que podíamos ter ouvido”.