Germano Almeida, comentador da SIC, considera que "há muito por esclarecer" em relação aos ataques dos últimos dias em solo russo. No entanto, sublinha que o agressor continua a ser a Rússia.
"A ação parece-me concertada, mas não sabendo se são ucranianos ou russos anti-Kremlin, parece-me mais ou menos evidente que há relação direta entre ataques aéreos russos diários nos últimos dias à capital ucraniana e o que se está a passar na Rússia".
Na edição da manhã, o comentador da SIC lembra que os Estados Unidos apoiam a Ucrânia em "larga escala", com pacotes de ajuda frequentes. O objetivo é, ajudar os ucranianos a resistir aos ataques russos e a reconquistar território, acrescenta.
Germano Almeida esclarece que a Ucrânia entende ter legitimidade para ações pontuais em solo russo, uma vez que a Rússia "está a agredir a Ucrânia".
Os objetivos da Rússia são desgastar e desmoralizar civis ucranianos e gastar material ucraniano para não ser usado na contraofensiva, refere.
"A Ucrânia está preparada para a contraofensiva. É uma questão de saber como vai ser a estratégia, que tipos de surpresas vamos ver. Há decisões que estão a ser tomadas e que já foram tomadas por parte das chefias militares e políticas ucranianas".
O comentador da SIC considera ainda que os alegados ataques ucranianos em território russo não são equiparáveis com a "agressão da Rússia".
"A Rússia todos os dias e todas as noites bombardeia Kiev e outras cidades ucranianas. Põe pessoas a trabalhar ou a dormir debaixo de solo, sem eletricidade, e às vezes mata pessoas. O que se passou nos últimos dias pontualmente na Rússia tem uma dimensão menor, não é equiparável. O agressor é a Rússia", afirma.