Guerra Rússia-Ucrânia

Análise

"Não parece haver interesse que a guerra pare"

A análise de Ricardo Alexandre, diretor-adjunto da TSF e comentador da SIC, à contraofensiva ucraniana, que terá reforço de armamento da UE no próximo ano, à reunião das delegações africanas com Ucrânia e Rússia e, ainda, o encontro entre a China e os Estados Unidos.

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A guerra da Ucrânia continua e os avanços das tropas ucranianas têm provocado combates mais intensos a Leste e a Sul do país. Com isto, também a União Europeia anunciou novo armamento para o próximo ano e as relações diplomáticas entre Estados Unidos e China têm sido reforçadas.

Antony Blinken, secretário de Estado norte-americano, encontrou-se com o ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, onde foi informado que a China não vai recuar na questão de Taiwan.

“Não se espera que fosse por aí que houvesse algum avanço no relacionamento dos dois países, a China é intransigente em relação a Taiwan. O que os EUA podem fazer é tentar que a China diminua a assertividade militar que tem demonstrado nos últimos tempos”, afirma Ricardo Alexandre.

As autoridades chinesas lançaram a semana passada uma série de exercícios militares com fogo real a norte de Taiwan, com os quais pretendem contrariar manobras semelhantes efetuadas pelos Estados Unidos no Pacífico.

Apesar disto, o diretor-adjunto da TSF acha “positivo” este diálogo entre EUA e China que se mostram disponíveis para “reconstruir” a relação”.

No que diz respeito ao encontro entre a delegação africana e Rússia, após já se ter encontrado com a Ucrânia, Ricardo Alexandre relembra que existem interesses em que a guerra acabe do ponto de vista comercial: a importação dos cereais e fertilizantes russos.

“Há um impacto profundo que a guerra está a ter nestes países, fica também uma falta de sintonia entre o porta voz do Kremlin e o Lavrov. Fica a vontade de vários países de conseguirem o acordo político de parar a guerra. Não parece haver interesse objetivo quer da Rússia quer da Ucrânia que a guerra pare”, considera Ricardo Alexandre.

No entretanto, o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, elogiou as forças militares de Kiev por terem repelido de forma “muito eficaz” os “inimigos” em Avdiivka. A Ucrânia iniciou a operação de contraofensiva e já terá recuperado algumas aldeias a leste do país.