O presidente da Ucrânia, Zelensky, anda em excursão pelos países a pedir mais ajuda militar para o combate com a Rússia. A contraofensiva não consegue acelerar e José Milhazes, comentador SIC, considera que a culpa é dos atrasos da NATO e da União Europeia.
A agenda de Zelensky tem sido um frenesim com um périplo pela Turquia e passagens pela República Checa e Bulgária.
“Isto é muito importante porque Zelensky continua a bater em todas as portas possíveis e imaginárias para receber armamento, claro que a questão dos cereais vai ser importante na conversa de Erdogan, mas vai ser importante o fornecimento de armas turcas à Ucrânia, não só drones, mas também tanques o que significa que todas as ajudas servem”, refere José Milhazes.
No entanto, mesmo com estas visitas oficiais, nem todas surtem o efeito desejado.
"Na Bulgária, não conseguiu grande coisa, pois diz que não tem meios e os que tem precisa para se defender e a República Checa prometeram alguma ajuda. O Presidente Zelensky faz declarações que a NATO e a UE deviam levar em conta que os ucranianos estão a pagar um preço muito maior devido à política de receio do Ocidente", detalha o comentador SIC.
A prioridade, segunda analisa Milhazes, não é a entrada na NATO ou na UE, mas “apoiar a máquina de guerra ucraniana para fazer a contraofensiva”.
Este é o objetivo mais importante e único neste momento, tendo em conta que existe correlação da lentidão do ataque das tropas ucranianas com a demora de mais armamento, munições e equipamentos que possam fornecer à Ucrânia capacidade para atacar.
"Zelensky vem dizer que a contraofensiva não começou antes porque tinham falta de armamento, faltam os F-16", diz o comentador SIC.
O processo demora tempo pelas questões burocráticas e as cláusulas que existem nas organizações internacionais.
"Na NATO há 31 membros e na UE quase 30 e todos eles têm direito a veto, para chegar a um acordo para o que quer que seja demora muito tempo. Neste caso está a haver sempre o receio em relação à Rússia, mas receio de quê?", questiona Milhazes.
Segundo o comentador SIC, "a Ucrânia sozinha não consegue enfrentar, mas já temos experiência da história que é um erro trocar território por paz, se o Ocidente ceder uma vez mais, Putin não se vai acalmar".