Voltou a ser atacada, na última madrugada, a ponte que custou mais de 3 mil milhões de euros e é a única ligação direta entre a rede de transportes da Rússia e a península, que Moscovo anexou em 2014. Desde o ano passado, a estrutura tornou-se também uma importante rota de abastecimento das forças russas na Ucrânia. O ataque foi reivindicado por Kiev.
O ataque que aconteceu pouco depois das 3:00 da manhã (horas locais), arrancou uma secção da ponte e atingiu uma viatura onde seguiam três pessoas, uma casal e a filha de 14 anos.
“O mais difícil é que os pais dela morreram, o pai e a mãe. Dei instruções a Andrey Nikolaevich Gridnev para contactar os familiares no distrito de Novooskolsky e vamos prestar toda a assistência necessária.”, disse Vyacheslav Gladkov, Governador da região russa Belgorod.
A família natural da província russa Belgorod seguia em direção à costa do mar negro na Crimeia ocupada, para um período de férias.
“Com o resultado do incidente na ponte da Crimeia, foi interrompida a circulação na mesma”, explicou Sergei Aksyonov, Governador Pró-Russo da Crimeia.
O ataque foi realizado com recurso a drones e foi reivindicado por fontes anónimas junto dos serviços secretos da Ucrânia. De acordo com a Rússia, foi feito com a colaboração direta com as agências de informação Britânica e Norte-Americana.
“O Presidente russo deu ordem para organizar o tráfego na Crimeia e para prestar assistência às pessoas que se encontram na estrada.”, disse Dimitri Peskov, porta-voz do Kremlin.
Esta é a segunda vez que a ponte que liga a Rússia à Crimeia ocupada é alvo de um ataque. Em outubro do ano passado, parte da estrutura foi destruída pela explosão de um camião bomba.
A ponte Kerch estende-se ao longo de 19 km, foi inaugurada há cinco anos e é um dos maiores projetos do regime de Vladimir Putin.
Horas depois do ataque, Moscovo anunciou a suspensão, a partir de amanhã, do acordo histórico para exportação de cereais da Ucrânia. O Kremlin garante que a decisão não está relacionada com os eventos na ponte Kerch, mas sim com os obstáculos ao escoamento de produtos agrícolas da Rússia.