1 – PUTIN ANUNCIA COMPROMISSO PARA NOVA "ORDEM MUNDIAL MULTIPOLAR" EM CIMEIRA RÚSSIA/ÁFRICA
No último dia da cimeira Rússia/África, Putin garantiu que os países participantes estão juntos na "determinação comum de lutar contra o neocolonialismo" e as sanções "ilegítimas".
"O compromisso de todos os nossos Estados com a formação de uma ordem mundial multipolar justa e democrática (…) foi reafirmado", declarou Vladimir Putin no discurso de encerramento, referindo-se à "determinação comum de lutar contra o neocolonialismo" e as sanções "ilegítimas".
Isolada na cena internacional desde que invadiu a Ucrânia, em 24 de fevereiro de 2022, Moscovo organizou a segunda cimeira Rússia-África reunindo este ano delegações de 49 países africanos, incluindo 17 chefes de Estado. No final da cimeira Rússia-África, foi adotada uma declaração conjunta que prevê o reforço da cooperação nos domínios do abastecimento alimentar, da energia e da ajuda ao desenvolvimento, apelando "à criação de uma ordem mundial multipolar mais justa, equilibrada e sustentável, opondo-se firmemente a qualquer forma de confrontação internacional no continente africano.
2 – LÍDER DA UNIÃO AFRICANA: PROMESSAS DE PUTIN "NÃO SÃO SUFICIENTES"
Com o final da cimeira Rússia-África, o líder da União Africana (UA) falou sobre as declarações de Vladimir Putin aos líderes do continente. Azali Assoumani, Presidente das ilhas Comoros, considerou que as promessas do Presidente russo de oferecer cereais gratuitos a seis países africanos "não são suficientes" e voltou a apelar ao fim da guerra. "O Presidente da Rússia demonstrou estar pronto para nos ajudar na área do fornecimento de cereais. (…) Isto é importante, mas pode não ser suficiente. Precisamos de alcançar um cessar-fogo", afirmou Assoumani. Nas suas declarações no encerramento da cimeira, o líder da UA elogiou ainda o que diz ser a "prontidão" de Putin para dialogar com a Ucrânia, e defendeu que "o outro lado" deve agora ser convencido a sentar-se à mesa.
3 – CONSELHEIRO DE ZELENSKY RESPONDE A PUTIN E DEFINE TERMOS UCRANIANOS PARA NEGOCIAÇÕES
Depois de Vladimir Putin ter dito que Moscovo está a estudar o plano de paz africano — e acusado a Ucrânia de não estar interessada em negociações — o conselheiro do Presidente ucraniano, Mykhailo Podolyak insurgiu-se contra o que diz ser a "tradicional 'ladainha das negociações' russa". Podolyak respondeu às afirmações russas de que Kiev se recusa a falar com o Kremlin:
"Sim, recusam-se. Porque não faz sentido nenhum. Porque é a Federação Russa que mina a lei internacional e a segurança mundial".
O conselheiro de Zelensky aproveitou ainda para reiterar as condições ucranianas para começar uma negociação com o Kremlin: 1) A Rússia sair da Ucrânia; 2) A mudança da elite política russa; 3) Admitir os crimes de guerra cometidos; 4) Extraditar os autores desses crimes.
4 – MÍSSEIS RUSSOS ATINGEM DNIPRO
Os mísseis russos terão atingidos um bloco de apartamentos e um edifício dos serviços de segurança ucranianos no centro da cidada de Dnipro durante a noite, ferindo nove pessoas. O governador da região, Serhiy Lysak, declarou no Telegram que os feridos estão a receber cuidados em casa. O autarca de Dnipro, Borys Filatov, acrescentou que esta será a terceira vez que o edifício da SBU foi atingido.
5 – UCRÂNIA GARANTE MANTER TODAS AS POSIÇÕES MILITARES NO NORDESTE APÓS ATAQUES RUSSOS
O chefe das forças terrestres ucranianas, Oleksandr Sirski, disse que o Exército da Ucrânia mantém todas as posições no eixo da frente formado pelas cidades de Kupiansk e Lyman, no nordeste do país, apesar da forte presença militar russa.
"Nas zonas de Kupiansk e Lyman, o inimigo ataca constantemente, utiliza as suas unidades mais profissionais", precisou Sirski, citado pelo canal oficial Telegram do Exército ucraniano.
Segundo o militar, a Rússia deslocou 100 mil homens para a região, mas os "numerosos assaltos russos diários" estão a ser repelidos nesta linha da frente. "Não perdemos qualquer das nossas posições", acrescentou Sirski, o militar ucraniano responsável pelas operações no leste do país. O comandante ucraniano também informou que a situação permanece tensa na zona de Bakhmut, também situada na frente leste, a cerca de 60 quilómetros a sul de Lyman.
"A situação é muito tensa, mas avançamos e libertamos gradualmente o nosso território", garantiu.
As forças ucranianas anunciaram ter repelido uma série de ataques russos na região de Donetsk, nas direções de Kupiansk e Lyman, acrescentando que os ucranianos têm conseguido manter as suas posições defensivas face às incursões russas.
6 – ZELENSKY ENTREGA PASSAPORTES UCRANIANOS A FILHOS DE SOLDADOS MORTOS EM COMBATE
No dia em que se celebraram 32 anos da independência da Ucrânia, Volodymyr Zelensky centrou-se nas gerações futuras. Numa declaração publicada antes do ataque russo a um prédio residencial em Dnipro, o Presidente ucraniano anunciou ter entregado passaportes ucranianos a vários rapazes e raparigas como forma de assinalar a sua identidade ucraniana, incluindo "às crianças dos soldados caídos".
"O Estado pode e deve abrir completamente todas as oportunidades para que [as crianças] vivam de uma forma digna, civilizada e em segurança", afirmou Zelensky.
"Tenho fé nas novas gerações, nas nossas crianças, e agradeço-lhes pela sua fé na Ucrânia"
7 – POLÓNIA E LITUÂNIA FECHARÃO FRONTEIRA COM BIELORRÚSSIA EM CASO DE AMEAÇA DO GRUPO WAGNER
A Polónia e a Lituânia estão a considerar a possibilidade de fechar as fronteiras com a Bielorrússia em caso de ameaça por parte do grupo de mercenários Wagner, disse esta sexta-feira o vice-ministro lituano do Interior. "Estas considerações são reais. A possibilidade de fechar a fronteira existe", afirmou Arnoldas Abramavicius, lembrando que o grupo de mercenários tem causado preocupação na região desde que o regime de Minsk os acolheu no seu território após uma rebelião na Rússia. A Lituânia e a Polónia têm avisado repetidamente os aliados da NATO que os mercenários Wagner podem fazer-se passar por requerentes de asilo para tentar atravessar a fronteira entre a Bielorrússia e a União Europeia. "Podem ser grupos de refugiados, migrantes transferidos irregularmente com o objetivo de causar algum tipo de perturbação" na fronteira, avisou Abramavicius. Por seu lado, e referindo-se à presença de membros do grupo Wagner na Bielorrússia, o líder do partido nacionalista populista polaco, Jaroslaw Kaczynski, afirmou que os mercenários estão no país vizinho com o objetivo de "provocar várias crises dirigidas principalmente contra a Polónia". " [A Polónia] tem de preparar-se e desenvolver o seu sistema de defesa, para que estas provocações falhem", sublinhou Kaczynski.
8 – CATAR FORNECERÁ 90 MILHÕES DE EUROS EM AJUDA HUMANITÁRIA À UCRÂNIA
O primeiro-ministro da Ucrânia, Denys Shmyhal, anunciou esta sexta-feira que o Catar irá fornecer ao seu país 100 milhões de dólares (cerca de 90 milhões de euros) em ajuda humanitária para apoiar os sectores da saúde e educação e o processo de desminagem. Shmyhal fez o anúncio na rede social X (antigo Twitter) após um encontro com o seu homólogo e o chefe da diplomacia do Catar, agradecendo o "apoio" do país do Golfo Pérsico.
9 – CHINA REFUTA ALEGAÇÕES SOBRE VENDA DE EQUIPAMENTO MILITAR À RÚSSIA
A China refutou esta sexta-feira alegações norte-americanas sobre o fornecimento de equipamento à Rússia que pode ter uma utilização militar na Ucrânia, e assegurou que mantém relações económicas e comerciais normais com Moscovo. "A China tem levado a cabo uma cooperação económica e comercial normal com países de todo o mundo, incluindo a Rússia", disse a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Mao Ning, em Pequim. A cooperação sino-russa "não visa terceiros nem está sujeita à interferência e coerção de terceiros". Os EUA têm avisado a China de que enfrentará consequências – não especificadas – se apoiar o esforço de guerra da Rússia na Ucrânia. Num relatório recente, os serviços secretos norte-americanos citaram dados alfandegários russos que mostraram que empresas militares estatais chinesas forneceram equipamentos de navegação, peças de caças de combate e 'drones' (aeronaves não tripuladas) a Moscovo.
10 – EUA ACREDITAM QUE COREIA DO NORTE ESTÁ A VENDER ARMAS À RÚSSIA
Os Estados Unidos da América acreditam que o ministro da Defesa russo está na Coreia do Norte para garantir o fornecimento de armas necessárias para a guerra na Ucrânia, afirmou o secretário de Estado norte-americano. Na sequência de uma visita a Pyongyang de Serguei Shoigu, o ministro da Defesa russo, Antony Blinken declarou que a Rússia estava a comprar armas aos aliados.
A Rússia, aliada histórica da Coreia do Norte, é um dos poucos países com os quais Pyongyang mantém relações amistosas.
"Vemos a Rússia a procurar desesperadamente apoio, armas, onde quer que as possa encontrar, para continuar a agressão contra a Ucrânia", acrescentou.
"Vemos isso com a Coreia do Norte, vemos isso com o Irão, que forneceu à Rússia muitos drones, usados para destruir infraestruturas civis e matar civis na Ucrânia".