As autoridades do distrito ucraniano de Kupiansk, na região de Kharkiv (nordeste do país), anunciaram esta quinta-feira o início das medidas de retirada obrigatória da população civil em determinadas zonas devido à "situação de segurança" e aos "constantes bombardeamentos russos".
Juntamente com a cidade de Kupiansk (30.000 habitantes antes do início da guerra), serão afetadas 36 outras cidades do distrito "próximas da zona de combate", declarou o governador de Kharkiv, Oleg Sinegubov, na rede social Telegram.
As declarações de Sinegubov e do porta-voz do comando militar do leste ucraniana, Serhii Cherevatyi, coincidem com indicações do exército russo, que garantiu que "melhorou as posições" no nordeste da Ucrânia, uma zona, em Kupiansk, onde tem mantido uma ofensiva há várias semanas e de onde as forças russas foram expulsas numa ofensiva ucraniana há um ano.
Na direção de Kupiansk, afirmou o Ministério da Defesa russo no seu relatório diário, as unidades de assalto dos "grupos de combate ocidentais melhoraram as suas posições na linha da frente durante as ações ofensivas".
Cherevatyi, citado pelo portal noticioso Ukrinform, admitiu que, em Kupiansk, o inimigo está a tentar romper as defesas ucranianas, mas sublinhou que a decisão de reforçar esta direção permite às forças de Kiev "manter a situação sob controlo", apesar de o exército russo ter efetuado 16 ataques aéreos nas últimas 24 horas.
"Kupiansk é um sector onde o inimigo tenta tomar a iniciativa, tentando agir de forma agressiva e romper as nossas defesas. Mas, devido a um conjunto de medidas que foram tomadas, incluindo o facto de o comandante ter trabalhado diretamente nesta área, foram dadas ordens e a defesa foi reforçada. A situação, embora difícil, está sob controlo. Conhecemos as unidades do inimigo, os seus comandantes, as suas intenções, por isso atuamos de forma a perturbar os seus planos", disse Cherevatyi.
Já em Bakhmut, afirmou Cherevatyi na televisão ucraniana, as tropas de Kiev continuam a ofensiva no sector.
"Hoje, na frente oriental, o inimigo não pode atuar sobre as nossas posições. Opera apenas a partir de posições distantes. Efetua cerca de 20 ataques por dia e, regra geral, são helicópteros de ataque Mi-24 ou Ka-52, Su-25 ou Su-35 mais recentes. Trata-se de uma força de ataque poderosa, mas não fundamental, e estamos a lidar bem com ela", disse Cherevatyi.
Segundo o porta-voz, os defensores ucranianos "estão atualmente a ser mais incomodados pela artilharia de foguetes", o que não tem impedido a continuação da ofensiva no setor de Bakhmut.
"Restam-nos dois sectores-chave: o de Bakhmut, onde as nossas tropas estão a exercer uma forte pressão sobre o inimigo, destruindo o pessoal e equipamento inimigo, que oferece desesperadamente resistência, utilizando todos os tipos de artilharia", sublinhou.
"Atacou as nossas posições 580 vezes nas últimas 24 horas. Registaram-se cinco confrontos e três ataques aéreos inimigos. Durante os combates na direção de Bakhmut, 56 ocupantes foram mortos, 104 ficaram feridos e cinco foram capturados. Foram destruídos três tanques T-72 inimigos, um carro blindado, três veículos de transporte de infantaria, um veículo anfíbio de infantaria BMD, obuses D-30, três depósitos de munições de campo, um veículo aéreo não tripulado e dois 'drones' 'kamikaze' Lancet", reivindicou Cherevatyi.