As declarações de Stian Jenssen sobre cedências territoriais de Kiev à Rússia geraram polémica e obrigaram até a NATO a assegurar que a sua posição sobre a Ucrânia “permanece inalterada”. No entanto, José Milhazes considera que os “prejuízos já foram causados”.
“Os prejuízos já foram causados com estas declarações descabidas. Não é recuperável de todo. A NATO vem reafirmar a sua posição, mas aquela declaração leva a pensar que dentro da NATO nem tudo está a correr como os dirigentes dizem”, afirma o comentador SIC.
José Milhazes diz que para além de um sinal que deve preocupar os ucranianos, trata-se de um “insulto” aos soldados que combatem “pela Ucrânia e pela Europa”. O comentador deixa ainda um alerta sobre Vladimir Putin.
“Putin vai reagir da forma como a NATO permitir. Se a NATO começar com este tipo de política de troca de terreno por paz, isto vai acabar mal”, sublinha.
Vitaliy Venislavskyy, especialista em história militar, defende que este tipo de discurso abre uma “caixa de Pandora” e mina o que a NATO representa enquanto garantia de aplicação do direito de integridade territorial.
Acrescenta ainda que a única fação nesta guerra que pode aceitar mudanças territoriais é a Ucrânia, que até agora não o tem feito e “tem-se mostrado capaz de combater”.
José Milhazes lamenta que a NATO se meta “em discussões e semi-apoios” e relembra que a Ucrânia está a fazer um “esforço gigantesco” e que esta continua a ser uma batalha entre David e Golias.