Guerra Rússia-Ucrânia

Análise

"Kremlin está a fazer tudo para que Prigozhin não seja um herói"

José Milhazes, comentador da SIC, esteve na Edição da Tarde para analisar o funeral de Prigozhin e o futuro do grupo Wagner.

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O líder do grupo paramilitar Wagner, Yevgeny Prigozhin foi sepultado, esta terça-feira, numa cerimónia à porta fechada em São Petersburgo, na Rússia. O local do funeral foi mantido em segredo até ao dia da cerimónia e foram ativadas medidas de segurança em vários cemitérios.

“Primeiro, o velório ia ser numa escola de cadetes e depois, de súbito, passou para um cemitério que ninguém estava à espera. Arranjaram o protesto que a família decidiu, porque lá está sepultado o pai de Prigozhin”, explicou José Milhazes.

O comentador da SIC também não deixou de mencionar que foram violadas as leis russas. Se “Prigozhin era herói da Rússia, ele tinha direito pelo menos a uma cerimónia militar e isso não aconteceu”.

Para além disto, as pessoas foram impedidas de se aproximar do cemitério e, segundo os cálculos, estiveram presentes cerca de 20 a 30 pessoas no funeral, referiu José Milhazes.

Quem também não esteve presente no funeral foi Vladimir Putin.

“O Kremlin está a fazer tudo para que isto passe o mais despercebido possível e que Prigozhin não seja um herói", afirmou, acrescentando que o objetivo do Kremlin “a médio ou longo prazo, [é o de] Prigozhin não se tornar um símbolo que possa fazer surgir alguém que possa desafiar Putin nas próximas eleições de março”.