Guerra Rússia-Ucrânia

Ucrânia: com 75 anos Liuba recusa-se a sair de Zaporíjia

Nas povoações que estão localizadas perto da linha da frente dos combates pelo controlo do Donbass, há ainda alguns resistentes. Apesar da probabilidade de um ataque, há moradores que se recusam a sair.

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Em janeiro de 2022, um mês antes do início da invasão, viviam em Huliaipole perto de 13 mil pessoas. A esmagadora maioria saiu da cidade que está semidestruída, tal como muitas das vidas de quem lá morava ou ainda mora.

Liuba tem 75 anos e nenhum plano para deixar a pequena cidade fantasma, situada na linha invisível que separa as forças ucranianas e russas, na região de Zaporíjia.

“Caiu uma bomba [perto da minha casa]. A garagem, a cozinha, a casa… ficou tudo danificado. Os vidros partiram-se”, disse Liuba.

Os últimos resistentes cabem quase todos num local que serve como café, mercearia, cabeleireiro, ou até abrigo. O Ponto da Invencibilidade abriu em maio, numa cave. É um dos poucos locais da cidade onde ainda é possível carregar o telemóvel e encontrar pessoas.

Svitlana é a mãe das duas únicas crianças que ainda vivem por lá. Uma tem dois anos e outra oito. Os dois filhos mais velhos estão em Dnipro, onde estudam.

“Sou responsável pelos meus filhos. A responsabilidade é minha. Sei muito bem o que estou a fazer e o que tenho de fazer. Há mísseis a cair por todo o lado. Dizem-nos para fugirmos para Zaporíjia (…), mas não está a salvo dos ataques”.