Um tribunal ucraniano decretou 60 dias de prisão, sem possibilidade de pagamento de fiança, para ex-ministro suspeito de "abraçar sentimentos pró-russos" e de cometer traição, noticiou na sexta-feira a televisão estatal ucraniana Suspilne.
O deputado Nestor Shufrich é acusado de ter ligações a um outro parlamentar em fuga que é acusado de trabalhar para os serviços de segurança da Rússia, incentivando o separatismo pró-russo no leste da Ucrânia, anunciou a emissora, citada pela agência de notícias Europa Press.
O popular deputado do partido proibido "Plataforma de Oposição - Pela Vida" (OPZZh), com detenção estabelecida até 13 de novembro, manifestou intenção de recorrer da decisão, de acordo com o mesmo canal.
Shufrich já tinha estado detido em março de 2022 por ter tirado uma 'selfie' num posto de controlo. Na altura, o motivo alegado para a detenção foi a defesa territorial de Kiev, embora Shufrich tenha reiterado que a fotografia era prova de que iria permanecer na capital ucraniana apesar das hostilidades.
Os investigadores do Serviço de Segurança ucraniano (SBU) também atribuem ao ex-ministro ligações ao magnata e político pró-russo Viktor Medvedchuk.
Shufrich iniciou a carreira política na década de 1990 e ao longo da atividade parlamentar foi-se aproximando dos valores pró-russos, estabelecendo relações com políticos e partidos próximos de Moscovo.
Durante a liderança do ex-Presidente da Ucrânia Viktor Yanukovych, Nestor Shufrich ocupou a pasta dos Serviços de Emergência.