Guerra Rússia-Ucrânia

Análise

"A guerra não vai parar apesar do inverno"

Ricardo Alexandre, diretor-adjunto da TSF e comentador SIC, analisa os últimos desenvolvimentos da guerra na Ucrânia e sublinha: "A guerra não vai parar apesar do inverno. Já no inverno do ano passado aconteceu isso. Houve conquistas importantes feitas pelos ucranianos".

Loading...

O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, fez este domingo uma escala na Polónia para agradecer o apoio do país, num momento em que as relações entre Kiev e Varsóvia atravessam dificuldades devido à disputa sobre exportações de cereais da Ucrânia. Para Ricardo Alexandre, esta escala “é um sinal de que o Presidente da Ucrânia dá no sentido de demonstrar que quer continuar a ter boas relações com a Polónia”. O diretor-adjunto da TSF e comentador SIC analisa os últimos desenvolvimentos da guerra na Ucrânia e sublinha que o reforço da ajuda militar poderá traduzir-se num avanço da contraofensiva nos próximos meses.

“A passagem de Zelensky, no regresso dos Estados Unidos, para condecorar cidadãos polacos é interessante. É um sinal que o Presidente da Ucrânia dá no sentido de demonstrar que quer continuar a ter boas relações com a Polónia, ao mesmo tempo em que a Polónia decide isso, ou seja, depois do extensão do embargo de cereais ucranianos, que é algo que já vem desde maio e junta não só a Polónia, como vários países do Leste, cujos agricultores estavam a sentir bastante prejudicados pela entrada de cereais ucranianos a um preço mais baixo, um preço com o qual não podiam competir”, diz Ricardo Alexandre.

O comentador da SIC explica que a Polónia fez também diligências no sentido de desanuviar a tensão com a Ucrânia, autorizando um “corredor de transporte, não é importação dos cereais pela Polónia, é a autorização de passagem de transporte pela criação dos tais corredores para as exportações ucranianas poderem atravessar solo polaco". Uma forma encontrada para "desanuviar a tensão que afeta rivais antigos e com diferendos entre as duas comunidades muito fortes, mas parceiros nesta questão da invasão da Ucrânia pela Rússia”.

Reino Unido vai treinar 30 mil soldados ucranianos

“Estamos a falar de 30 mil militares ao longo de ao longo de vários meses ou ao longo de 1 ano, e isso é bastante significativo e mostra o compromisso do Reino Unido com a ajuda militar à Ucrânia”, sublinha Ricardo Alexandre que destaca a importância da formação de militares ucranianos, para darem melhor capacidade de resposta no terreno, de modo a utilizar da melhor maneira a ajuda ocidental e nomeadamente britânica, que tem acontecido no último ano e meio.

Contraofensiva: como poderá a Ucrânia fazer a diferença no terreno?

“A Ucrânia tem dificuldade em avançar de forma significativa, tem tido alguns progressos, mas são progressos bastante limitados no terreno e, por outro lado, a Rússia também não consegue propriamente desferir nenhuma ação ofensiva”, explica o comentador da SIC.

Ricardo Alexandre considera, no entanto, que a contraofensiva poderá beneficiar do reforço da capacidade militar, nomeadamente a chegada de tanques, que podem traduzir-se num avanço nos próximos meses.

“A guerra não vai parar apesar do inverno. Já no inverno do ano passado aconteceu isso. Houve conquistas importantes feitas pelos ucranianos. Ainda durante o inverno, quando se pensava que o inverno ia basicamente parar as hostilidades, não foi isso que aconteceu, a guerra continuou”, destaca o diretor-adjunto da TSF.