Guerra Rússia-Ucrânia

Cubanos recrutados para combater contra a Ucrânia por 2 mil euros mensais

O número exato de cubanos recrutados pelas forças russas permanece uma incógnita. E a forma de recrutamento também.

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Apesar de Cuba defender uma posição de neutralidade em relação à guerra na Ucrânia, nos últimos meses cresceu o número de cubanos a lutar pela Rússia. A esmagadora maioria foi seduzida pela possibilidade de ganhar um salário muito superior ao salário médio cubano.

O marido de Yamidely partiu para a guerra no dia 19 de Julho. Como muitos dos seus vizinhos terá ido mais por necessidade, do que por convicção.

“Se não estivéssemos tão necessitados, tenho a certeza de que estes homens não teriam ido”, lamentou Yamidely.

Os dois mil euros que recebeu por ter assinado o contrato serviram para comprar um telemóvel, um frigorífico e uma nova máquina de costura para a mulher, que é costureira. A este valor acresce um salário de cerca de 2 mil euros que contrasta com o salário médio cubano que ronda os 150 euros.

O número exato de cubanos recrutados pelas forças russas permanece uma incógnita. E a forma de recrutamento também.

Apesar de no início de setembro as autoridades cubanas terem anunciado a detenção de 17 pessoas por suspeita de ligações a redes de tráfico que tentavam levar cubanos para a guerra na Ucrânia, Havana deu outros sinais em sentido contrário.

A ambivalência diplomática terá, sobretudo, a ver com a enorme dependência que Cuba tem em relação à Rússia, ainda mais notória em tempos de crise económica.