Há precisamente 2 anos, a Rússia estava a ultimar os preparativos para a invasão da Ucrânia, que viria a acontecer menos de 24 horas depois.
Na altura, dizia-se que a Rússia, perante o poderio que tinha perante a Ucrânia ia a resolver a questão em poucos dias, o que não aconteceu.
A 24 de fevereiro de 2022, Putin iniciava uma invasão em larga escala da Ucrânia, “dava azo a algo que muita gente não acreditava, que era a primeira invasão de um país em espaço europeu desde a II Guerra Mundial.”
“Putin tinha jurado dias antes que isso não ia acontecer e muita gente não acreditou na informação americana que apontava que a qualquer momento isso pudesse acontecer”.
A invasão da Ucrânia é feita em duas frentes: com os militares que tinha na Bielorrússia atacando Kiev, mas também entrando a Leste porque anunciava AA desnazificação e desmilitarização da Ucrânia e a libertação das regiões separatistas de Donetsk.
A 27 de fevereiro, três dias depois do início da invasão, a Rússia tenta tomar Kiev. Nas horas anteriores, Zelensky terá recebido por parte dos americanos uma espécie de oferta de exílio e ele responde com uma frase decisiva para a dinâmica de guerra, “não quero boleia, quero munições, preciso de munições” e sinalizou ao povo ucraniano que valia a pena resistir.
“E essa resistência ucraniana em Kiev foi fundamental porque sinalizou, apesar dos avanços russos nos primeiros dias - em poucos dias, a Rússia toma cerca de 30% do da Ucrânia - , mas sinalizou que a Rússia tinha dificuldade com as grandes cidades: falhou a capital, Kiev. É verdade que conquistou Kharkiv, a segunda maior cidade, mas tempos depois, acabou por perdê-la".
Não se vislumbra um final para este conflito
“A Ucrânia acaba por conseguir não só resistir, mas conseguir dizer aos seus aliados ocidentais: ‘se nos derem mais apoio, podemos continuar a ter no terreno a possibilidade de defender o território ucraniano e travar uma agressão russa, absolutamente ilegal’”.
Dois anos depois, não se vislumbra um final para este conflito, mas o facto de a Ucrânia, apesar das dificuldades ter a hipótese de ainda resistir, "dá conta que desde que façamos o essencial, e estejamos do lado certo, não é inevitável à ocupação russa da Ucrânia".