Guerra Rússia-Ucrânia

Correspondente SIC

EUA e Reino Unido podem estar prestes a autorizar o uso de mísseis de longo alcance em território russo

Este será um dos temas debatidos esta sexta-feira, em Washington, numa reunião entre o Presidente Joe Biden e o primeiro-ministro britânico Keir Starmer. O Presidente russo já deixou nova ameaça ao ocidente. Putin diz que tal permissão colocará a NATO em guerra com a Rússia.

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Keir Starmer chega aos Estados Unidos numa altura em que o conflito na Ucrânia pode estar prestes a entrar numa nova fase. O primeiro-ministro britânico vai reunir-se com o presidente norte-americano, na Casa Branca. Em cima da mesa, está a eventual luz verde ao uso pela Ucrânia de mísseis de longo alcance de fabrico ocidental em território russo. Putin diz que tal decisão significará que a NATO entrará em guerra com a Rússia.

“Se esta decisão for tomada, significará nada menos do que a participação direta dos países da NATO, dos Estados Unidos e dos países europeus na guerra na Ucrânia. Trata-se da sua participação direta, o que, evidentemente, altera significativamente a própria essência, a própria natureza do conflito. Isto significa que os países da NATO, os Estados Unidos e os países europeus estão a lutar contra a Rússia. E se assim for, então, tendo em conta a mudança na própria essência deste conflito, tomaremos as decisões adequadas com base nas ameaças que nos serão apresentadas”, diz o presidente russo.

O Reino Unido já fez saber que está disposto a autorizar o exército ucraniano a usar os seus mísseis Storm Shadow, mas quer a autorização de Washington por forma a mostrar uma ação coordenada.

“Essa decisão, mesmo que do ponto de vista do Reino Unido até seja um bocadinho mais flexível, provoca ou reforça a possibilidade de escalada, é claro que sim, não há dúvida nenhuma sobre isso. Direi mais, direi que quanto mais tempo passa do decorrer da guerra, essa escala mais se intensifica e, portanto, é claro que estamos aqui num momento que é um momento difícil e que é um momento, também, que eu acho que as autoridades ocidentais parceiras da Ucrânia têm de ponderar muito bem”, explica Lívia Franco, comentadora da SIC.

O jornal The New York Times avança que Biden está inclinado a dar o aval positivo à pretensão britânica, mas não deverá permitir o uso dos mísseis ATACMS, feitos na América.

Os serviços de informação norte-americanos já avisaram que a resposta russa pode incluir o apoio a ataques iranianos contra tropas norte-americanas no Médio Oriente. O uso de mísseis de longo alcance ocidentais contra alvos em território russo é um antigo desejo de Zelensky e ganhou nova importância depois do Irão ter fornecido mísseis balísticos à Rússia.

“Este desenvolvimento e a crescente cooperação entre a Rússia e o Irão ameaçam a segurança europeia e demonstram que a influência desestabilizadora do Irão vai muito além do Médio Oriente. Por seu lado, a Rússia está a partilhar tecnologia que o Irão procura. Serve os dois lados, incluindo questões nucleares, bem como algumas informações espaciais”, disse Antony Blinken, secretário de Estado dos EUA.

Esta sexta-feira, a Rússia expulsou seis diplomatas britânico que acusa de espionagem e sabotagem. O Ministério dos Negócios Estrangeiros do Reino Unido diz que isto não passa de uma retaliação pelas ações do Governo britânico em resposta às atividades do Estado russo no Reino Unido e na Europa. Em comunicado, o Ministério dos Negócios Estrangeiros diz ainda que não pede desculpa por defender os interesses nacionais.