O primeiro-ministro húngaro Viktor Orbán diz que a Ucrânia é uma guerra perdida e que o tempo não está a favor de Zelensky. Mas a posição da União Europeia continua a ser de apoio a Kiev.
"Em julho fui a Kiev. Tentei explicar ao Presidente: 'Por favor, meu amigo, o tempo não está do seu lado. Estou disposto a ajudá-lo a criar um cessar-fogo'. Fui rejeitado porque o Presidente disse-me que o tempo está do seu lado. Eu respondi: 'Sr. Presidente, então, não posso fazer mais'", afirmou o líder nacionalista húngaro, no segundo dia de encontros de dirigentes europeus em Budapeste.
Orbán previu também que a nova administração dos Estados Unidos, liderada pelo republicano Donald Trump, deixará de fornecer apoio à Ucrânia na sua luta contra a invasão da Rússia.
À chegada à capital húngara, o chefe da diplomacia da União Europeia, Josep Borrell, disse que uma nova administração norte-americana não levaria a Europa a mudar de rumo.
"Aconteça o que acontecer nos Estados Unidos, temos os nossos interesses, temos os nossos valores", disse Borrell.
Também presente na capital húngara na quinta-feira, o Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, avisou que qualquer cedência do seu país ao líder russo, Vladimir Putin, será inaceitável, pouco depois de Moscovo ter instado o Ocidente a negociar sob ameaça de "destruição da população ucraniana".
Num discurso perante os líderes europeus, Zelensky sustentou que fazer "concessões a Putin" será "inaceitável para a Ucrânia e inaceitável para toda a Europa".
O líder ucraniano apelou para que os Estados Unidos e a Europa sejam fortes e valorizem as suas relações, ainda que a eleição do republicano Donald Trump para a Presidência norte-americana lance a incerteza.