Guerra Rússia-Ucrânia

Análise

Mísseis dos EUA contra a Rússia vão mudar o rumo da guerra na Ucrânia?

Joe Biden levantou, neste domingo, as restrições que impediam a Ucrânia de usar as armas norte-americanas, mas para o comentador SIC Rui Cardoso, a razão de ter sido só agora "é um dos grandes mistérios da política dos EUA". Mas será que esta mudança vai fazer com que a Rússia perca a guerra?

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O Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, autorizou este domingo a Ucrânia a utilizar mísseis de longo alcance norte-americanos contra os russos. No entanto, segundo explicou o comentador SIC Rui Cardoso, esta alteração "não vai fazer muita diferença" e nem não vai fazer com que a Rússia perca a guerra.

"Até agora, os EUA não permitiam que este material fosse usado para ataques a território russo, salvo coisas muito pontuais, como por exemplo, defender a frente na região de Kharkiv. Mas isso agora mudou com esta decisão do presidente Biden", começou por explicar o comentador SIC, acrescentando que "o perímetro do que está ao alcance dos ataques ucranianos alarga-se" para uma zona onde há "250 instalações militares, segundo o Instituto para o Estudo da Guerra, e cerca de 15 bases aéreas".

Também agora, com a decisão de Biden, cidades com alguma importância como Rostov do Don e Vorone podem vir a ser atingidas, mas o objetivo é alcançar "quer bases logísticas quer os aeródromos".

"Isto não faz a Rússia perder a guerra, mas complica o abastecimento das tropas da frente, porque vai obrigar os aviões a fazer missões de voo mais longas, portanto, tornam-se mais previsíveis e vulneráveis", explicou Rui Cardoso.

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Apesar desta decisão norte-americana "complicar a vida à Rússia", o facto de ter chegado só agora "não vai fazer muita diferença, a não ser na perspetiva", que pode "causar suficientes estragos, nomeadamente em aeródromos, em concentrações de material de guerra e em depósitos de combustível e de missões".

Então, mas será que com este lavamento das restrições, está em causa uma entrada mais direta da NATO no conflito? O comentador SIC acredita que não, até porque "no fundo, isto é o mesmo material a ser utilizado, mas com menos restrições no alcance", respondeu.

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