O secretário-geral da SEDES Europa sublinha a necessidade urgente de uma estratégia europeia coesa, tanto no campo militar como no económico, para enfrentar os desafios de um conflito que não mostra sinais de resolução.
“É impressionante pensarmos que há mil dias não pensaríamos que isto pudesse acontecer, habituados a viver sem guerra na Europa há muitos anos. Também pensávamos que Putin tomaria Kiev em poucos dias e isso não aconteceu. Essa foi a vitória da Ucrânia até agora”.
A guerra Rússia-Ucrânia tem provocado uma redefinição das dinâmicas políticas e económicas na Europa.
“Há um antes e um depois da guerra para a União Europeia e para a Europa e há um antes e um depois de Trump para a UE".
A NATO e outras instituições têm adaptado as suas estratégias, mas a Europa ainda não fala a uma só voz. Enquanto uns apoiam as decisões dos Estados Unidos, como o envio de mísseis de longo alcance, outros, como a Alemanha, mostram reticências.
A ameaça de crise em França e Alemanha
A hesitação alemã deve-se não só a questões políticas, mas também ao impacto económico. Vítor Gabriel Oliveira alerta também para crises iminentes em grandes potências europeias.
“A França enfrentará uma crise impressionante nos próximos dois a três anos e a Alemanha já está a passar por essa crise, sabemos que a Volkswagen, responsável por 7,2% do PIB alemão, está a fechar várias fábricas. Isso demonstra a pressão económica que o conflito está a exercer e o povo europeu não está preparado para os sacrifícios" que daí advêm.
Esta guerra "está a fazer-se sentir verdadeiramente em termos económicos no centro da União Europeia", sublinha.