A Rússia, lembra Gouveia e Melo, é a principal ameaça à segurança euro-atlântica e o risco da escalada do conflito parece cada vez maior. O almirante avisa que chegou a hora do Estado português seguir os exemplos que vêm de fora da Suécia, Noruega e Finlândia e informar a população sobre o que pode acontecer e como se preparar para uma possível guerra mundial.
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"Acho que a população deve estar informada. Essa discussão, em termos de um regime democrático, deve ser aberta e de forma esclarecida e esclarecedora. Não se deve de alguma forma minimizar esse risco. Também não se deve exagerar, criando preocupações exageradas. Mas também não se pode minimizar ao ponto de isso não ser sequer uma preocupação", defende o Chefe do Estado-Maior da Armada.
Numa conferência com os chefes dos três ramos das Forças Armadas, o almirante saudou a autorização concedida pelos Estados Unidos à Ucrânia para usar armas de longo alcance.
Os militares levam a sério as ameaças russas ao Ocidente, mas Gouveia e Melo acredita que um ataque nuclear não é uma opção para Vladimir Putin.
A capacidade das Forças Armadas portuguesas está longe de ser a ideal.
Está em curso, diz o almirante, uma nova era de confrontação global com o alinhamento estratégico da Rússia com a China, Irão e Coreia do Norte. O "quarteto do caos" como lhe chamou e que pode colocar em risco a segurança de uma Europa a duas vozes.