Guerra Rússia-Ucrânia

Ucrânia: "Não podemos habituar-nos à guerra", diz Aguiar-Branco

Assinalam-se, esta terça-feira, 1.000 dias de guerra na Ucrânia. Na Assembleia da República, Aguiar-Branco disse que Portugal não pode permitir que uma invasão ilegal da Rússia tenha sucesso.

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O Presidente da Assembleia da República, José Pedro Aguiar-Branco, assinalou esta terça-feira os 1.000 dias da guerra na Ucrânia. Em declarações aos jornalistas, na Assembleia da República, sublinhou o apoio incondicional de Portugal à causa e ao povo ucraniano.

"Hoje é um dia que tem uma marca muito importante para a Ucrânia. Portugal, desde a primeira hora, tem apoiado a causa ucraniana e a condenação da agressão por parte das autoridades russas", afirmou. Esse apoio, reforçou, tem-se manifestado em várias dimensões – militar, humanitária e financeira – com um consenso praticamente unânime na sociedade portuguesa.

Aguiar-Branco fez um apelo direto contra o risco de se "normalizar" o conflito: "Passados três anos, é importante não nos habituarmos à guerra. É importante olhar para as fotografias, para as pessoas em causa. Não é uma questão de estatísticas. Uma família deslocada não é um número, é uma vida humana."

Aguiar-Branco disse ainda que a guerra na Ucrânia não é apenas um conflito regional, mas uma questão global. "O que está em causa não é apenas a Ucrânia, mas a ordem mundial. Não podemos permitir que uma invasão ilegal tenha sucesso. O único resultado aceitável desta guerra é a restauração da integridade territorial da Ucrânia."

Defendendo que a paz duradoura só é possível com respeito pelo Estado de Direito, Aguiar-Branco reiterou que "sem regras e sem respeito pela lei internacional, não se constrói uma paz verdadeira."

O Presidente da Assembleia da República elogiou ainda o papel essencial do jornalismo no contexto da guerra: "Num tempo em que tanto falamos de pós-verdade e construção de narrativas, o jornalismo tem a função insubstituível de abrir a realidade diante dos nossos olhos."

"A paz não é garantida. Não podemos dar a liberdade como certa. É preciso trabalhar por ela. As últimas décadas foram um longo período de paz para a Europa, mas esta guerra recorda-nos da necessidade de cuidar da nossa defesa e de construir laços diplomáticos sólidos e leais."