Guerra Rússia-Ucrânia

Análise

O disparo do míssil intercontinental russo "parece ser uma manobra de intimidação e até um recado direto aos Estados Unidos"

O jornalista e comentador da SIC Rui Cardoso analisa os desenvolvimentos mais recentes no conflito Ucrânia-Rússia e explica que o míssil russo é uma arma experimental e "no fundo da gaveta de Putin não deve lá haver muitos desses mísseis".

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O lançamento de um míssil intercontinental pela Rússia, com alcance de 16 mil quilómetros, marcou as últimas horas da guerra na Ucrânia. Em análise, Rui Cardoso destaca que esta manobra poderá ser uma tentativa de intimidação, com implicações estratégicas mais amplas.

Rui Cardoso explica que "o único míssil efetivamente de longo alcance utilizado é o intercontinental que os russos dispararam da região do Mar Cáspio. Trata-se de uma arma com capacidade para alcançar até 16 mil quilómetros e que pode ter cabeças múltiplas. tanto convencionais como nucleares. Neste caso, só teria cabeça convencional, se é que estava sequer armado, porque se trata de um foguete experimental".

O disparo do míssil intercontinental RS-26 — ou SS-X-31, no jargão da NATO — "parece ser uma manobra de intimidação,até talvez um recado direto aos Estados Unidos". Este míssil já gerou protestos americanos no passado por alegada violação de tratados devido ao seu alcance excessivo.

"Em relação a esta iniciativa russa, parece tratar-se de uma manobra de intimidação. Se a ideia era demonstrar capacidade para disparar mísseis além do alcance dos táticos (...), como os britânicos Storm Shadow ou os norte-americanos HIMARS, a Rússia já possui armamento adequado, como mísseis balísticos táticos Iskander com alcance de 500 quilómetros".

Segundo explica Rui Cardoso, este mísseis Iskander podem ser disparados a partir de rampas recuadas, fora do alcance dos novos sistemas ucranianos.

Mas é uma arma experimental e "no fundo da gaveta de Putin não deve lá haver muitos desses mísseis".