O percalço diplomático entre a Alemanha e a Ucrânia está ultrapassado. Depois de criticar o chanceler alemão por ter ligado a Vladimir Putin, Volodymyr Zelensky recebeu esta segunda-feira Olaf Scholz em Kiev.
A Alemanha promete estar ao lado dos ucranianos o tempo que for necessário, numa altura que a Rússia se prepara para gastar em defesa um terço do orçamento no ano que vem.
Scholz prometeu a Zelensky que a Rússia não conseguirá impor as suas condições de forma unilateral e garantiu a ajuda de Berlim na proteção a infraestruturas energéticas ucranianas.
O presidente ucraniano pediu maior capacidade para enfrentar os novos mísseis russos numa altura em que é foi aprovado o orçamento em Moscovo.
No próximo ano, a Rússia vai gastar em defesa um número nunca visto: são quase 120 mil milhões de euros, o valor mais alto de sempre. Ultrapassa inclusive os Estados Unidos quer em percentagem, quer no valor.
A viagem de um dia a Kiev do chanceler alemão ocorre numa altura em que as forças ucranianas estão a recuar na frente de combate e em plena contagem decrescente para a chegada, em janeiro, de Donald Trump à Casa Branca.
A mudança de administração em Washington está a suscitar receios de um possível fim (ou diminuição) da ajuda norte-americana a Kiev.
A visita acontece também pouco mais de duas semanas depois de uma conversa telefónica entre o chanceler alemão e o presidente russo, Vladimir Putin, a primeira desde dezembro de 2022.