Guerra Rússia-Ucrânia

Eslováquia ameaça reduzir apoio a refugiados depois de Kiev fechar a torneira do gás russo

O primeiro-ministro eslovaco reitera a ameaça de cortar o fornecimento de eletricidade à Ucrânia e de reduzir à ajuda aos refugiados. A Eslováquia reage assim ao fim do acordo que permitia o fornecimento de gás russo à Europa através da Ucrânia.

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No primeiro dia do ano terminou o acordo que permitia que gás russo atravessasse o território ucraniano para ser distribuído na Europa. Kiev fechou a torneira ao recusar renovar o contrato. Uma decisão que o presidente eslovaco classifica como ato de sabotagem. 

A Eslováquia era o principal ponto de entrada do gás russo e o país está agora a perder milhões de euros em taxas de trânsito.

“Quais serão os passos do Governo nos próximos dias? Na terça-feira, a delegação governamental participará nas negociações em Bruxelas, onde os políticos ucranianos tiveram a audácia de reclamar do facto de estarmos dispostos a tomar medidas recíprocas, como, por exemplo, a suspensão do fornecimento de eletricidade à Ucrânia. Depois de a delegação regressar de Bruxelas, convocarei o conselho de coligação e, em seguida, o Governo, e negociaremos as medidas que estamos a tomar para responder adequadamente à sabotagem do Presidente Zelensky.  Em nome do Smer, anuncio que estamos dispostos a negociar e a chegar a acordo numa coligação para suspender o fornecimento de eletricidade e reduzir significativamente os subsídios aos cidadãos da Ucrânia que se encontram território eslovaco”, diz Robert Fico, primeiro-ministro da Eslováquia. 

Apesar da cotação do gás natural ter atingido esta semana os 50 euros por megawatt, o preço mais elevado do último ano, a presidência da União Europeia diz que a situação na Europa é "estável", com exceção da Moldávia o país mais pobre do velho continente que não faz parte da união a 27.

E na Moldávia - que já decretou o estado de emergência - a situação mais preocupante está num pedaço de terra do tamanho do Algarve, com cerca de 500 mil habitantes chamado Transnístria. 

Nesta região separatista pró russa todas as empresas industriais, com exceção dos produtores alimentares, estão paradas. Na quarta-feira a empresa local de energia cortou o aquecimento e a água quente das casas. A região só tem reservas de gás para 10 a 20 dias.

Os habitantes receiam que seja o início do pesadelo que viveram em 2009, ano em que ocorreu o mais grave episódio da já longa guerra do gás entre a Rússia e a Ucrânia.

Nessa altura, por falta de acordo entre os dois países, as exportações russas para a Ucrânia, para os Estados-Membros da União Europeia e para a Moldávia foram cortadas durante duas semanas.