Guerra Rússia-Ucrânia

Análise

"Com o regresso de Trump à Casa Branca, Putin conseguiu o que queria: ter estatuto de líder de superpotência"

Na análise à atualidade internacional, Ricardo Alexandre destaca os anúncio de Trump em relação à Rússia e o modo como Putin está a lidar com a nova ordem mundial.

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O novo Presidente dos Estados Unidos admite voltar a aplicar mais sanções à Rússia se não houver negociações para um cessar-fogo na Ucrânia. “Com o regresso de Donald Trump à Casa Branca, Vladimir Putin conseguiu finalmente aquilo que queria: voltou a ter o estatuto de líder de superpotência, uma vez que vai negociar diretamente com os Estados Unidos a saída russa da Ucrânia”, realça o comentador da SIC, Ricardo Alexandre.

“Isso era o que mais Vladimir Putin desejava e isso vai acabar por acontecer. Vladimir Putin provavelmente quer algo mais, quer rever por completo a arquitetura de defesa europeia, quer que as fronteiras da NATO recuem para lá dos limites do alargamento a Leste, mas isso obviamente é mais difícil de conseguir na ótica dos interesses do Moscovo, porque muitos desses países da chamada Europa de Leste, jamais pensariam em deixar de fazer parte da NATO, sabem como os seus exércitos e as suas capacidades foram modernizadas e não vão querer perder isso que conquistaram com a chegada da democracia a esses países”, explica Ricardo Alexandre.

O comentador da SIC acrescenta que “um objetivo de Vladimir Putin é fazer a NATO recuar na sua vizinhança à Rússia. Isso é um objetivo a longo prazo, a curto prazo, volta a ter aquilo que quer, vai ser tratado como líder de superpotência por Donald Trump, quando negociar com ele diretamente o fim da guerra na Ucrânia.”

Putin telefona a XI um dia após a tomada de posse de Trump

Donald Trump assume o poder e o Presidente russo quer também demonstrar a sua posição dominate. Um dia depois da tomada de posse de Trump, Putin telefona ao Presidente da China, Xi Jinping, um ato que visa enviar uma mensagem não só aos Estados Unidos, mas também para o Ocidente perante esta nova ordem mundial.

“Dizer ao Ocidente e concretamente à nova administração que o aprofundamento dessa parceria estratégica obedece a interesses comuns e não propriamente a questões de conjuntura interna de um ou de outro país ou até a questões de conjuntura internacional”, analisa Ricardo Alexandre.

Na opinião do comentador da SIC, é um claro sinal para Donald Trump perceber que aqueles dois países estão juntos naquilo que possa ser feito.