Guerra Rússia-Ucrânia

Análise

Rússia e EUA reunidos? Futuro da Ucrânia e segurança da Europa "podem estar comprometidos"

Explicações do consultor de assuntos europeus Henrique Burnay sobre as negociações entre os EUA e a Rússia em Riade. "Os sinais são no mínimo de preocupação", afirma.

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Henrique Burnay, consultor de assuntos europeus, refere que os EUA participam na reunião com a Rússia, na Arábia Saudita, como mediadores que "não dão garantias de defesa" à Ucrânia. Na SIC Notícias, o especialista reconhece que o futuro da Ucrânia pode estar comprometido, assim como a segurança da Europa.

O consultor de assuntos europeus destaca que a Ucrânia se sente "posta de lado" nas negociações entre os EUA e a Rússia. Isto porque "de um lado da mesa" está a Rússia, o agressor, e do outro os Estados Unidos, que tradicionalmente seriam apoiantes de Kiev mas desta vez estão a ser "mediadores por iniciativa própria".

"Os Estados Unidos não se apresentam como defensores da Ucrânia, mas sim de mediadores que não dão garantias de defesa à Ucrânia."

Na SIC Notícias, explica que Moscovo está a tentar que os EUA reconheçam a "Rússia de Putin como uma potencia", coisa que os Estados Unidos de Trump "parecem estar disponíveis" para dar.

Henrique Burnay reconhece que o futuro da Ucrânia "pode estar comprometido" e a segurança da Europa "em causa": "Os sinais são no mínimo de preocupação".

"Para os europeus e Estados Unidos até esta administração, o que a Rússia fez na Ucrânia não foi apenas invadir um pais, foi pôr em causa as regras a que estávamos habituados na últimas décadas".

Na SIC Notícias, fala ainda sobre a reunião em Bruxelas com Keith Kellogg e Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia.

Encontro entre EUA e Rússia

Representantes da Rússia e dos Estados Unidos estão reunidos esta terça-feira, na Arábia Saudita. O encontro quer reavivar as relações entre os dois países e preparar as negociações de paz na Ucrânia.

As delegações, lideradas pelos chefes da diplomacia dos dois países, reuniram-se no Palácio Diriyah, na capital saudita, para as primeiras conversações a este nível desde a invasão da Ucrânia, em 24 de fevereiro de 2022.

Washington está representado pelo secretário de Estado Marco Rubio, pelo conselheiro de segurança nacional e pelo enviado especial de Trump para o Médio Oriente. Do lado da Rússia, sentam-se à mesa o ministro dos Negócios Estrangeiros, Serguei Lavrov, e um conselheiro diplomático de Vladimir Putin.

A reunião quer ainda restaurar o que o Kremlin diz serem as complexas relações entre os dois países.

Pode também estar para breve uma cimeira que reúna Donald Trump e Vladimir Putin.

Na Arábia Saudita, antes da reunião com a delegação norte-americana, Kirill Dmitriev, chefe do fundo soberano da Rússia, sublinha a importância das relações com os Estados Unidos para a geopolítica mundial. Elogia também Donald Trump, considerando-o um profissional a resolver problemas.