"A bola está do lado da Rússia," dizem os líderes ocidentais sobre o acordo de um cessar-fogo de 30 dias na Ucrânia conseguido na Arábia Saudita com a delegação norte-americana. Mas nas ruas de Kiev reina o ceticismo.
O tema dominou as manchetes dos jornais ocidentais: a Ucrânia aceitou parar a guerra por 30 dias se a Rússia der luz verde, poderá haver uma trégua total.
A Ucrânia tem de se levantar dos joelhos sozinha. Mas a nós, falta-nos qualquer coisa. Como dizia o meu avô, falta "banha no cérebro" para rejeitar as palavras hostis, levantarmo-nos e defendermos a nossa Ucrânia sem qualquer ajuda.
Nesta situação, fico surpreendido com o seguinte: que nós estamos a pedir-lhes autorização a eles! Vou fazer um paralelo: alguém alguma vez perguntou algo assim ao Hitler? Quando passaram a fronteira para a Alemanha? Não perguntavam e faziam o que tinham de fazer.
Os ucranianos têm receio sobre o que vai acontecer aos territórios ocupados. E perguntam: se a Rússia aceitar um cessar-fogo, quem é que o vai garantir?
Não se pode acreditar ou confiar nos russos. Isso já está provado há séculos. E desde 2014 já tiveram muitos acordos, muitas negociações sobre o cessar-fogo, mas nunca nada foi cumprido.
Tempos de mudança que, por enquanto, deixam aos ucranianos mais dúvidas do que certezas.