Guerra Rússia-Ucrânia

Análise

Cessar-fogo na Ucrânia: "pressão sobre o agredido, não sobre o agressor"

Henrique Burnay, especialista em assuntos europeus, analisa cenário geopolítico e destaca a pressão exercida sobre a Ucrânia em vez da Rússia.

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A possibilidade de um cessar-fogo na Ucrânia levanta questões sobre a estratégia dos Estados Unidos e a segurança europeia. Para Henrique Burnay,

Vladimir Putin declarou-se disponível para um cessar-fogo, mas apenas se este levar a uma paz duradoura. No entanto, a estratégia americana tem sido diferente do esperado:

“Não havendo informações muito claras, é arriscado especular o que é que cada um esteja a dizer a cada uma das partes. Mas há uma pista que nos ajuda a perceber o que se passa e que nos mostra que, em princípio, o que está a acontecer é o contrário do que estaríamos à espera”.

O especialista recorda um artigo do Conselheiro de Segurança dos EUA, Mike Waltz, na revista The Economist, onde se defendia que a estratégia americana deveria pressionar a Rússia para negociar, aumentando sanções caso Moscovo recusasse.

“O que aconteceu até agora foi exatamente o contrário. Os Estados Unidos forçaram os ucranianos a negociarem, ameaçando retirar-lhes o apoio militar e, de facto, tirando-o durante algum tempo, portanto enfraquecendo-os e mostrando-lhes quão fácil seria enfraquecer a sua capacidade de defesa”.

Reunião entre Trump e Mark Rutte

O Presidente Donald Trump recebeu o secretário-geral da NATO na Casa Branca.

“Temos que olhar para o encontro de ontem perante a realidade dos factos: Mark Rutte esteve reunido com o principal acionista da NATO, aquele que mais investe, aquele que dá as garantias de segurança, aquele que na verdade, se houver alguma coisa na Europa, será a força que vem apoiar, os Estados Unidos”.

Suspeitas de corrupção no Parlamento Europeu

Sobre as suspeitas de corrupção, Burnay considera que "as evidências são curtas". Até agora, sabe-se que foram feitas buscas e houve uma detenção.

"O Parlamento Europeu tem muito poder e isso atrai influências ilegítimas. (...) As regras de transparência ajudam a fiscalizar, mas não impedem que haja violações".