Guerra Rússia-Ucrânia

Trump vai falar com Putin esta terça-feira para "pôr fim à guerra"

O Presidente dos Estados Unidos disse que as regiões ocupadas pela Rússia no leste da Ucrânia e as centrais elétricas irão fazer parte das negociações.

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O Presidente dos Estados Unidos Donald Trump disse que iria falar com o homólogo russo, Vladimir Putin, na terça-feira, para tentar pôr um fim à guerra na Ucrânia, numa conversa telefónica já confirmada pelo Kremlin.

"Veremos se temos algo a anunciar talvez até terça-feira. Falarei com o Presidente Putin na terça-feira", disse Trump aos jornalistas no avião presidencial, no domingo à noite.

"Foi feito muito trabalho no fim de semana. Queremos ver se conseguimos pôr fim a esta guerra", acrescentou o chefe de Estado.

Embora a Rússia tenha falhado o objetivo inicial da invasão, lançada em fevereiro de 2022, de derrubar o Governo da Ucrânia e controlar o país, ainda controla grandes áreas do Estado vizinho.

Trump disse que as regiões ocupadas pela Rússia no leste da Ucrânia e as centrais elétricas irão fazer parte das negociações.

"Falaremos sobre as terras. Falaremos sobre centrais elétricas", disse o republicano.

Trump descreveu as negociações como sendo sobre "a divisão de certos ativos".

Kremlin confirma conversa ao telefone

A conversa telefónica já foi confirmada pelo Kremlin. A Presidência da Rússia anunciou que os Presidentes russo e norte-americano vão falar ao telefone na terça-feira pela segunda vez desde que Donald Trump tomou posse como chefe de Estado, em janeiro.

"Esta conversa está de facto a ser preparada", disse o porta-voz da Presidência russa, Dmitri Peskov, em conferência de imprensa, em Moscovo.

Horas antes, o enviado norte-americano à Rússia disse que Trump irá reunir-se "esta semana" com Putin para discutir a situação da Ucrânia, avançou a agência de notícias France-Presse.

"Ainda há muito para discutir, mas penso que os dois presidentes vão ter uma discussão muito boa e positiva esta semana", afirmou Steve Witkoff, em declarações à CNN, acrescentando que Moscovo, Kiev e Washington "querem que tudo isto acabe".

Na sexta-feira, o Kremlin disse que Putin tinha entregado uma mensagem a Trump sobre a proposta do enviado norte-americano para um cessar-fogo na Ucrânia.

"Quando o senhor Witkoff fornecer todas as informações ao Presidente Trump, determinaremos o momento para uma conversa" entre os dois presidentes, afirmou na ocasião o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov.

A Ucrânia concordou com uma trégua incondicional de 30 dias se a Rússia parasse com os ataques no leste do país.

Contudo, Putin não concordou com qualquer trégua e decidiu estabelecer condições maximalistas, como a Ucrânia ceder as cinco regiões anexadas unilateralmente pela Rússia, abandonar as ambições de Kiev de se juntar à NATO e desmantelar o atual Governo ucraniano.

"É difícil negociar" um cessar-fogo "enquanto os beligerantes disparam uns sobre os outros"

Por sua vez, o secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, descreveu a conversa telefónica que teve com o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergei Lavrov, como promissora.

"É difícil negociar um fim duradouro para uma guerra enquanto os beligerantes disparam uns sobre os outros e é, por isso, que o presidente [Trump] quer um cessar-fogo", acrescentou o chefe da diplomacia norte-americana.

Steve Witkoff, enviado especial de Donald Trump, chegou a Moscovo na quinta-feira para apresentar aos russos o plano dos Estados Unidos para uma trégua de 30 dias.

Com Lusa