Guerra Rússia-Ucrânia

Explicador

Ataque a Sumy: "mísseis russos com precisão cirúrgica usados contra civis”

O ataque russo à cidade ucraniana de Sumy, que matou pelo menos 35 civis, incluindo crianças, pode ter sido deliberado. A avaliação é do coronel Carlos Mendes Dias, que aponta a utilização de mísseis de alta precisão num contexto que dificilmente se justifica como alvo militar.

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O ataque russo à cidade ucraniana de Sumy, que causou pelo menos 35 mortos e mais de 100 feridos, “não pode ser justificado como objetivo militar”, afirmou o coronel Carlos Mendes Dias no explicador desta terça-feira.

O uso de dois mísseis Iskander-M, com ogivas de fragmentação, revela, segundo o especialista, uma ação intencional e tecnicamente precisa, mas eticamente condenável.

“Não há engano. Estes mísseis vêm de unidades diferentes, a 112ª e a 448ª brigadas russas. São mísseis com um erro circular provável de apenas dois a sete metros, quando utilizam navegação eletroótica. Neste caso, tudo indica que foi usada uma ogiva de fragmentação, o que reduz a precisão para cerca de 30 metros — ainda assim considerada alta para armamento balístico.”

A Rússia justificou o ataque com base na alegada presença de comandantes ucranianos numa cerimónia militar, mas, esmo que houvesse uma reunião militar, “usar dois mísseis com este grau de precisão para atingir uma cerimónia militar onde estavam familiares, não deixa de ser uma decisão eticamente questionável”.

Estes é um dos temas em destaque na análise do coronel Carlos Mendes Diasno habitual explicador do Jornal do Dia, com início às 13:45.