Após meses de negociações tensas - e do perturbador encontro na Casa Branca - o acordo pelo qual Donald Trump tanto ansiava foi finalmente selado. Apesar de não incluir garantias de defesa, é uma espécie de seguro que Kiev contratou com os Estados Unidos.
Para a Ucrânia, a cedência dos recursos naturais do país é compensada pela vantagem estratégica de ter Washington a supervisionar a exploração dos minérios.
Os EUA passam a ter acesso a dezenas de matérias-primas - desde titânio, essencial para a indústria aeroespacial, até ao urânio usado na energia nuclear. O acordo inclui também armas, equipamento médico e componentes utilizados em baterias de carros elétricos.
Apesar da forte pressão norte-americana, Kiev conseguiu assegurar melhores condições do que as inicialmente propostas. O fundo de investimento para a reconstrução do país será partilhado em partes iguais, 50-50. As empresas estatais mantêm-se sob controlo ucraniano. E a chamada “dívida”, mencionada por Trump, não consta do documento final.
Ainda assim, a Casa Branca insiste: haverá restituição pela ajuda militar prestada durante a anterior administração.
Donald Trump apresenta o acordo como um incentivo económico, tanto para os Estados Unidos como para manter o investimento na defesa e reconstrução da Ucrânia, mesmo sem garantias formais de segurança.