A Cimeira da NATO começa esta segunda-feira em Vílnius, na Lituânia. O encontro vai reunir chefes de Estado e de Governo dos países da Organização do Tratado do Atlântico Norte. É esperada a presença do Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky. A segunda ronda de negociações de paz entre a Ucrânia e a Rússia começa também esta segunda-feira. Delegações dos dois países estão em Istambul, depois de um fim de semana de ataques aéreos em larga em escala.
Muito se tem discutido a questão do memorando que o Presidente russo, Vladimir Putin, prometeu para estas negociações e que Kiev exigiu que fosse revelado antecipadamente. Francisco Cudell, especialista em Segurança e Defesa, mostra-se pessimista em relação a este processo.
Questionado sobre as eventuais alterações desse memorando, tendo em conta as exigências russas que já conhecemos no que diz respeito ao território, no que diz respeito também à questão da NATO, Francisco Cudell responde:
"Se olharmos para aquilo que aconteceu ao longo dos últimos três anos e quais foram as exigências russas e quais foram as alterações ao longo destes últimos três anos, aquilo que nós podemos esperar é nada porque durante três anos a Rússia foi completamente inflexível em todos os seus termos e condições.
A Rússia exige a proclamação da Crimeia como território russo, a Rússia exige os quatro Oblasts, os quais já domina grande parte, a Rússia exige que não haja soberania na Ucrânia, ou seja, que a Ucrânia não tenha o direito de escolher pertencer à NATO, a Rússia exige a desmilitarização da Ucrânia, ou seja, se estes foram os termos aos quais o Kremlin nunca cedeu, seria uma grande surpresa, e espero que haja uma grande surpresa pela positiva, se a Rússia porventura alterar os termos para este memorando", refere o especialista em Segurança e Defesa.
Francisco Cudell adianta também que têm sido publicadas algumas notas, que podem ser fugas de informação ou contrainformação propositada, têm referem que a posição russa para este acordo poderá ser ainda mais agressiva do que anteriormente.
"Há cerca de semana e meia tinha sido publicado na comunicação social russa que o Kremlin ia exigir que os Estados Unidos retirassem as suas forças da Europa, nomeadamente dos países mais a Leste. Isto é algo novo, mas claramente só hoje é que teremos a confirmação se isso corresponde à verdade ou não", explica.