Incêndios em Portugal

Portugal recua para situação de alerta, mas Proteção Civil avisa: "Não podemos baixar a guarda"

Situação reavaliada na terça-feira.

Portugal recua para situação de alerta, mas Proteção Civil avisa: "Não podemos baixar a guarda"
PATRICIA DE MELO MOREIRA

O Governo decidiu não prolongar a situação de contingência, em vigor há uma semana, e recuar para situação de alerta, devido a uma melhoria das condições meteorológicas. A decisão foi anunciada pelo ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro, na sede da Proteção Civil, este domingo.

A situação de contingência terminou às 23:59.

"Nos próximos dias, a temperatura deverá baixar entre 2 e 8 graus, o que permite termos uma pequena janela para ajustar os esforços", acrescentou o responsável.

A Situação de Alerta é, de acordo com a Lei de Bases da Proteção Civil, o nível menos grave, abaixo da Situação de Contingência e do patamar mais grave, a Situação de Calamidade.

Na terça-feira, a situação volta a ser avaliada.

Segundo os dados provisórios do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, a aérea ardida nos recentes incêndios já ultrapassa os 40 mil hectares.

"Não podemos baixar a guarda. A situação continua gravosa"

O comandante da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), André Fernandes, explicou, que apesar de uma descida das temperaturas, os ventos provocam uma rápida propagação do fogo.

"Não podemos baixar a guarda. A situação continua gravosa, do ponto de vista meteorológico, e um exemplo para todos nós percebermos o quão grave é a situação, o incêndio que está neste momento a decorrer em Castelo Branco teve uma progressão inicial de 2,5 quilómetros por hora. Significa que durante um curto espaço de tempo, o incêndio, mais ou menos, em três horas, três horas e meia, perfez um total de sete quilómetros", destacou.

André Fernandes pediu, mais uma vez, para que a população não baixe a guarda nos próximos dias.

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As proibições da Situação de Alerta

A situação de alerta implica a "proibição do acesso, circulação e permanência no interior dos espaços florestais, previamente definidos nos planos municipais de defesa da floresta contra incêndios, bem como nos caminhos florestais, caminhos rurais e outras vias que os atravessem", alerta o Governo no comunicado, acrescentando que está também proibida "a realização de queimadas e de queimas de sobrantes de exploração".

Além disso, o nível de alerta que passa a estar em vigor a partir das 00:00 de segunda-feira inclui a proibição de trabalhos nas florestas "com recurso a qualquer tipo de maquinaria, com exceção dos associados a situações de combate a incêndios rurais" e de trabalhos nos espaços rurais com recurso a motorroçadoras de lâminas ou discos metálicos, corta-matos, destroçadores e máquinas com lâminas ou pá frontal.

A situação não permite também que seja usado fogo-de-artifício, suspendendo as autorizações que já tenham sido emitidas.


"Há perigo de as pessoas pensarem que já vai ser tudo fácil, mas não vai"

O comentador da SIC Luís Marques Mendes alertou, este domingo à noite na SIC, para os cuidados que todos devem continuar a ter, uma vez que alteração não acarreta mudanças significativas.

"Há um perigo de as pessoas pensarem que agora já vai ser tudo fácil. Não vai", afirma.

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