Incêndios em Portugal

Circulação normalizada em todo o país apesar dos "três incêndios ativos"

Depois de um início de semana que obrigou ao corte à circulação de várias estradas, incluindo a principal autoestrada do país - a A1 -, o comandante Nacional de Emergência e Proteção Civil assegurou que, para já, apesar dos “três incêndios ativos” não há registo de vias cortadas ou condicionadas.

Circulação normalizada em todo o país apesar dos "três incêndios ativos"
PAULO CUNHA/Lusa
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O comandante Nacional de Emergência e Proteção Civil, André Fernandes, assegurou esta terça-feira que a circulação está normalizada em todo o país, não havendo cortes de vias apesar dos incêndios em curso.

A informação foi atualizada cerca das 13:10 pelo comandante Nacional de Emergência e Proteção Civil, num 'briefing' sobre o ponto de situação dos incêndios rurais.

De acordo com André Fernandes, àquela hora, havia "três ocorrências significativas" -- em Odemira, Cinfães e Mangualde" -, estando ativos os planos municipais de emergência em Castelo Branco, Proença-a-Nova e Odemira.

"Neste momento, não há nenhum incêndio que tenha cortes de vias, em particular itinerários principias, podendo-se circular livremente no país sem qualquer constrangimento relacionado com incêndios rurais", disse o comandante nacional.

Ao início da manhã, estavam ainda cortadas ao trânsito a Estrada Nacional (EN) 120, entre São Teotónio e Odeceixe, no concelho vizinho de Aljezur (distrito de Faro), e as municipais 501, 1186, 1001, na sequência do incêndio que lavra desde sábado em Odemira.

Sobre a evolução da situação a nível nacional, André Fernandes relatou um "crescendo de ocorrências", que registou o pico na segunda-feira com 114 ocorrências. "Desde a meia-noite de hoje até às 12:00, foram dados como novas ocorrências 38 novos incêndios, para os quais foram mobilizados 674 operacionais e 188 veículos", acrescentou.

Estão também ainda sob vigilância 15 ocorrências em fase de resolução ou conclusão, que mobilizam 1.282 operacionais, 441 meios terrestres e com o apoio de cinco meios aéreos.

A propósito dos incêndios em Leiria, nas freguesias do Arrabal e Caranguejeira, ambos em resolução ao início da manhã e ainda sem causas conhecidas, André Fernandes disse que a situação "está mais calma", mas os danos estão ainda a ser apurados.

Insistindo ainda no apelo à prevenção e à adequação de comportamentos face ao risco de incêndio, o comandante nacional.

"Tivemos 114 ignições em 24 horas. É um número que não é aceitável, temos que o reduzir e se quisermos que o dispositivo funcione para manter a nossa segurança temos que fazer parte deste esforço global enquanto cidadãos de reduzir o número de ignições e adequar os nossos comportamentos ao risco que é comunicado", sublinhou.

Fogo em Odemira merece maior atenção

Quanto aos incêndios ativos, o que deflagrou no sábado em São Teotónio, concelho de Odemira, é aquele que continua a merecer maior atenção da Proteção Civil. A área ardida é já de cerca de 7.000 hectares, revelou o comandante nacional.

No ponto de situação dos incêndios rurais, feito às 13:10, em Carnaxide, o comandante André Fernandes destacou "três ocorrências significativas" -- em Odemira (distrito de Beja), Cinfães e Mangualde (ambos no distrito de Viseu) --, sendo a primeira "aquela que merece maior preocupação".

"O incêndio de Odemira já atingiu uma área de cerca de 7.000 hectares", sobretudo "extensas áreas de pinhal e povoamentos mistos como eucaliptal, sobreiros, medronheiros e matos", indicou o comandante nacional, considerando tratar-se de "uma área difícil".

Na sequência o incêndio, foram evacuadas 20 povoações e um parque de campismo, num total de 1.424 pessoas deslocadas, sendo que a maioria, retirada preventivamente do parque de campismo São Miguel, já regressou.

André Fernandes sublinhou ainda que as condições meteorológicas naquela zona vão manter-se desfavoráveis, devido ao calor e ao vento seco, mas as próximas 24 horas serão fundamentais para evitar que o incêndio não progrida para a serra de Monchique, no Algarve.