Incêndios em Portugal

Entrevista SIC Notícias

“Tenha cuidado, não faça ignições, a situação é de facto muito complicada", alerta climatologista

Carlos Câmara, climatologista, explica que do ponto de vista meteorológico, "a situação é de facto muito complicada" e sublinha que "qualquer ignição num local apropriado a que se desenvolva um incêndio, faz com que este se desenvolve muito rapidamente".

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Os incêndios que lavram no distrito de Aveiro estão hoje a motivar cortes em várias vias, incluindo a autoestradas A1, A25 e A29. A GNR pede aos automobilistas não circulem nas zonas dos fogos. Em entrevista na SIC Notícias, Carlos Câmara, climatologista, lança também um apelo fundamental para ter em conta hoje e amanhã: “Tenha cuidado, não faça ignições, não dê a mais leve hipótese para que possa haver um foco de incêndio”.

O climatologista explica que as condições existentes esta segunda-feira são muito preocupantes:

“Do ponto de vista meteorológico, a situação é de facto muito complicada, porque para além das temperaturas elevadíssimas que já começam a sentir-se e que irão aumentar ao longo do dia, para além de termos um ar extremamente seco, temos também ventos fortes de Leste”.

Carlos Câmara sublinha que esta situação foi muito bem prevista do ponto de vista meteorológico e a Proteção Civil implementou todas as medidas que se impunham.

"A única coisa que neste momento haverá a fazer é pedir mesmo à população que não faça ignições e mesmo que ache que pode fazer, não faça, porque neste momento, a única coisa que se pode pedir é: ‘tenha cuidado, não faça ignições, não dê a mais leve hipótese de que possa haver um foco de incêndio’".

De acordo com as previsões, o especialista realça que a situação é particularmente preocupante até terça-feira, mas só a partir de quinta-feira se prevê um regresso à normalidade.

“São dois dias em que não vá passear, não faça coisas que possa pôr em perigo a paisagem, porque na realidade se começarem a aparecer muitas ignições, a coisa fica muito, muito preocupante”, reforça.

O climatologista explica que os mapas de perigo permitem observar que “a norte do Tejo, o país está todo em perigo extremo e depois há bolsas muito grandes, toda a parte Centro, desde Viseu até Aveiro, e no nordeste, de perigo excecional”.