Ao quarto dia, uma vez extintos os incêndios, o secretário-geral do PS foi ao terreno. Em concelhos socialistas dos distritos de Aveiro e Braga, Pedro Nuno Santos entendeu que, agora sim, já é tempo de começar a avaliar o que correu mal.
"Já sabemos hoje que os alertas não foram suficientemente eficazes. Não se encerraram atempadamente estradas, colocando muitas pessoas em risco de vida. Tivemos um primeiro-ministro concentrado em apenas um dos fatores que contribuem para os incêndios", referiu o Secretário-Geral do Partido Socialista (PS).
A ministra da Administração Interna também não escapa à crítica do líder socialista.
"Não precisa ser o líder do Partido Socialista (PS) a dizê-lo [Margarida Blasco é uma ministra fragilizada]."
Mas para Pedro Nuno Santos, o verdadeiro responsável é outro.
"Essa responsabilidade é do primeiro-ministro que não está isento também de críticas em todo este processo. Obviamente que um primeiro-ministro devia estar preocupado em reunir peritos e perceber o que é preciso fazer do ponto de vista da prevenção, do ponto de vista do combate", defendeu.
Chega quer debate urgente no Parlamento
Já André Ventura poupa Luís Montenegro, mas carrega nas críticas sobre Margarida Blasco. Quer já esta quinta-feira um debate de urgência sobre o assunto no Parlamento.
"Uma ministra da Administração Interna que, segundo alguns autarcas, esteve indisponível para os atender e receber durante o pior combate aos fogos. Apurar responsabilidades políticas é importante, conhecer as circunstâncias também. Saber se o Governo ao mais alto nível falhou na disponibilidade, organização, coordenação e gestão é uma tarefa fundamental do Parlamento quando se começa a fazer o rescaldo dos incêndios", reforçou o líder do Chega.
O presidente do Chega pede ainda a demissão do responsável máximo da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) por entender que o sistema falhou.