Com os termómetros a rondarem os 40 graus, mais de 500 operacionais fazem o que podem para travar o fogo, perante a angústia de quem vive dias de desassossego. Lutam contra duas frentes: uma em Sirarelhos, Vila Real, outra entre Mondim de Basto e Amarante, em pleno Parque Natural do Alvão.
Terreno montanhoso, com vegetação densa e difíceis acessos. Vale a preciosa ajuda dos meios aéreos, entre seis a 10 durante o dia, descarga após descarga, para evitar que o incêndio ganhe força e avance em direção às aldeias.
No terreno, homens e meios são postos à prova. Durante o combate, um carro dos bombeiros de Alcochete acabou destruído pelas chamas. Os cinco operacionais conseguiram sair ilesos. Os ventos da tarde são inconstantes, mas durante a manhã sopraram de feição, menos intensos, deram alguma vantagem aos bombeiros.
Ao contrário da última noite, a rotação do vento trouxe o fogo até à Pena, quando horas antes parecia ir noutra direção. A aldeia ficou cercada pelas chamas, sem bombeiros por perto, que à mesma hora combatiam na encosta.
Só dois militares da GNR a impedir o acesso, e militares do Exército a retirar de casa os mais frágeis. Com as chamas à porta de casa, houve quem arriscasse tudo. Os avisos foram inglórios.
Em apenas dois dias, três incêndios. Em comum, a hora suspeita a que começaram. A GNR já identificou um suspeito, denunciado pela população que estranhou a presença perto dos locais onde começaram as ignições.